De acordo com a Teoria da Deriva Continental, acontecimento geológico do final do Período Carbonífero, existia uma única e gigantesca massa continental denominada de Pangaea.
Nessa época, a América do Norte estava ligada a Eurásia (Europa e Ásia) e a América do Sul ligada a África. A partir do Período Jurássico (a mais ou menos 180 a 200 milhões de anos), essa massa continental começou a sofrer um processo de divisão originando vários blocos continentais.
A primeira divisão ocorreu ao longo do oceano Atlântico Norte e do Índico, com a formação de uma extensa fenda no sentido leste oeste, originando dois super continentes (Laurásia e Gondwana). Em conseqüência, a América do Norte afastou-se da África e a Índia separou-se da Antártida o começou a migrar em direção a Ásia.
Há 65 milhões de anos (inicio do Terciário), decorridos mais de 100 milhões de anos desde o inicio do processo de separação, os continentes já estavam bem próximos de sua configuração atual: a América do Sul separou-se da África e, a seguir, a Groelândia da Europa e América do Norte da Laurásia. Finalmente, nos últimos 65 milhões de anos, continentes e oceanos adquiriram a configuração atual.
Durante a separação dos continentes vários eventos geológicos ocorreram para determinar a formação da Cuesta de Botucatu.
Primeiramente vemos a Formação Pirambóia que esta exposta ao longo de toda a faixa de ocorrência dos sedimentos mesosóicos na Depressão Periférica do Estado de São Paulo. Esta formação representa, por suas características litológicas e estruturais depósitos oxidados, originários de ambiente continental úmido de característica fluvial em formas de canais e planícies de inundadas com pequenas lagoas esparsas. Atualmente, encontramos principalmente a Areia Quartzosa como solo originário da Formação Pirambóia, presentes na região da cuesta de Botucatu nos municípios de Anhembi e Conchas.
Outro evento geológico importante ocorrido entre o Jurássico médio-superior e o Cretáceo inferior foi o empilhamento de grandes dunas em vasta área que gerou a Formação Botucatu, que representa os diversos subambientes de um grande deserto climático de aridez crescente, cuja existência se prolongou até a ocasião do vulcanismo basáltico. Os ventos que moviam as dunas do deserto Botucatu sopravam principalmente de N a NE, isto é facilmente visualizado pelas linhas extratificadas presentes no arenito Botucatu. A Formação Botucatu em São Paulo esta exposta a uma faixa contínua às faldas das serras basálticas e em suas escarpas. Cobrindo uma extensa área entre os rios Piracicaba e Mogi-guaçu, originaram o latossolo vermelho-amarelo.
O vulcanismo basáltico, outro evento geológico importante para a configuração atual da Cuesta de Botucatu, iniciou sua atividade quando imperavam essas condições desérticas e este derrame basáltico recobriu os arenitos, porém em alguns locais temos a mostra intercalações de camadas de arenito e basalto.Os afloramentos dos derrames eruptivos em São Paulo estão presentes na parte superior das cuestas basálticas e em morros testemunhos isolados pela erosão.
Nos planaltos de rebordo essas cuestas podem cobrir grandes extensões, originando a terra roxa extruturada e o latossolo vermelho-escuro, penetrando pelos vales que drenam o planalto ocidental, expondo-se principalmente nos rios Paranapanema, Tiête, Mogi-guaçu e Grande.
Os arenitos da Formação Botucatu interligam-se em grande escala, com os derrames da Formação Serra Geral, sendo admissível que os arenitos Botucatu não cobriram simultaneamente toda a bacia do Paraná, na qual restaram expostas áreas de rochas mais antigas, para só mais tarde serem ocultas pelas dunas, quando o foram, ou ainda podem ter sido cobertas e posteriormente expostas com o próprio processo de progressão das dunas.
Por outro lado, parece inadmissível que o vulcanismo tenha se iniciado simultaneamente em tão grande área, indicando que o fenômeno ocorreu em um intervalo aparentemente mais longo que o real, e teve duração de pelo menos 15 milhões de anos.
De tal modo é possível que em certos locais se mantenham manifestados efusões basálticas antes ou ao mesmo tempo em que, em sítios não muito afastados, ainda se acumulavam arenitos eólicos, portanto pertencentes à Formação Botucatu.
A Formação Serra Geral é recoberta em discordância angular, geralmente muito disfarçada, pelas varias formações que constituem o grupo Bauru, ou depósitos cenozóicos. Localmente a discordância se observa em afloramento, podendo ser bem acentuada, tendo mesmo levado à total erosão dos basaltos, quando aquele grupo repousa sobre rochas paleozóicas, como é o caso da região próxima a Bauru.
Em cortes da ferrovia, na subida da serra para Botucatu, pode se observar que a própria morfologia da superfície dunar foi ali preservada comprovando a contemporaneidade entre a sedimentação desértica e o vulcanismo basáltico.
fonte: www.soscuesta.org.br
29 de jan. de 2010
28 de jan. de 2010
Transportes e vias de acesso
TRANSPORTES E VIAS DE ACESSO
A Ferrovia Bandeirantes SA (Ferroban) é a empresa ferroviária que opera a linha férrea de Botucatu e, corta o município de leste a oeste. Até 1998, as estradas de ferro pertenciam à Ferrovia Paulista S.A. (Fepasa), quando foi extinta e incorporada à Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima (RFFSA). No mesmo ano houve o leilão de desestatização promovido pelo Governo Federal e a Ferroban arrematou boa parte da malha ferroviária paulista durante esse processo.
Em 2006, o controle acionário* da Ferroban foi adquirido pelo Grupo América Latina Logística - ALL, que também passou a administrar outras ferrovias da Região Centro-Sul do Brasil, tornando-se a maior companhia ferroviária do País. Hoje, Botucatu faz parte da estra¬da de ferro que integra o corredor ferroviário Corumbá (MS) - Santos (SP).
Pela via férrea de Botucatu passam diversos produtos, como soja, farelo de soja, ferti¬lizantes, derivados de petróleo, açúcar, milho, entre outros.
HIDROVIA TIETÊ-PARANÁ
A Hidrovia Tietê-Paraná é um sistema de navegação formado a partir de um conjunto de eclusas em cascata, unindo lagos de usinas hidrelétricas situadas nos rios Tietê e Paraná. As oito eclusas, construídas entre 1969 e 1998, tornaram navegáveis seus 2.4QO quilôme¬tros, permitindo um expressivo aumento no volume de cargas transportadas. A hidrovia liga o Estado de São Paulo - região mais rica e industrializada da América Latina - ao Centro-Oeste e o Sul do Brasil, a Argentina, o Paraguai e o Uruguai, constituindo, assim, a rota natural de integração do Mercosul.
Pelos terminais hidroviários instalados nas cidades de Anhembi e Conchas - ambas no Rio Tietê, distantes cerca de 200 quilômetros de São Paulo -, e Santa Maria da Serra, no Rio Piracicaba - distante 230 quilômetros -, a Hidrovia Tietê-Paraná liga o macroeixo São Paulo¬-Campinas-São José dos Carnpos-Sorocaba à cidade de Foz do Iguaçu, na divisa com Argentina e Paraguai, percorrendo uma distância de 1.642 quilômetros.
A AES Tietê é a empresa responsável pela operação e manutenção das eclusas das usinas hidrelétricas de Barra Bonita, Bariri, Ibitinga, Promissão e Nova Avanhandava, e pelo aprimo¬ramento da hidrovia. Com isso, permite atualmente que até 10 milhões de toneladas de car¬gas sejam transportadas pelo Rio Tietê no período de um ano. Com as eclusas, as embarcações podem transpor as barragens do médio e baixo curso do Rio Tietê, que alcançam até 30 metros de altura, e prosseguir com o transporte de cargas, integrando a Região Metropolitana de São Paulo e o entorno da Usina de Itaipu, no Paraná.
Hoje, a Hidrovia Tietê-Paraná transporta cerca de 5 milhões de toneladas anuais, por distâncias médias que variam de 15 quilômetros (pedra) a 759 quilômetros (soja), sendo 1 milhão de toneladas de cargas de médio e longo curso (soja, farelo de soja, óleos comes¬tíveis, cana-de-açúcar, milho, trigo, areia, madeira, fertilizantes e calcário agrícola).
Adaptado de Gazeta Mercantil (SP) e Gazeta Brasil, 26/4/2004.
AEROPORTO DE BOTUCATU
Localizado na Estrada Municipal Alcides Cagliari, está a 10 quilômetros ao sul dei centro urbano de Botucatu e a 268 quilômetros de distância por rodovia da capital de São Paulo. Já a distância aérea ou linear é de 223 quilômetros.
O Aeroporto de Botucatu foi inaugurado em 1942 com o nome de Nilo de Andrade, en¬tão secretário de obras do Estado de São Paulo sendo controlado pelo DAC (Departamento de Aviação Civil) desde sua inauguração. Uma lei datada de 14 de maio de 1985 deu ao aeroporto o nome de Tancredo de Almeida Neves. Hoje é administrado pelo Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp).
O aeroporto possui 1.500 metros de pista asfaltada e equipamentos apropriados para operar 24 horas por dia com segurança, tais como: sinais de pista (cabeceira e eixo), luzes de cabeceira, de pista, de taxiamento e de obstáculos e farol rotativo, plenamente capacita¬do a operar aviões de médio porte como o Fokker 100, típicos da aviação regional.
Possui excelente infraestrutura*, com seis hangares, e abriga um centro de abastecimen¬to de combustível para aeronaves, aeroclube, oficina de manutenção e de reposição de peças e uma unidade montadora de aeronaves da Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A.).
A Unidade Botucatu da Embraer (fábrica de aeronaves) é especializada em produzir aviões pulverizadores para uso agrícola do modelo Ipanema, além de aviões turboélice bimotores do modelo Embraer-120 Brasília.
Em 2008, a média foi de 5,5 pousos e decolagens por dia com movimento de 1.175 passageiros entre embarque e desembarque.
RODOVIAS
Duas grandes rodovias estaduais são fundamentais para o município de Botucatu: as rodovias Castelo Branco (prefixo SP-280) e Marechal Rondon (prefixo SP-300).
A rodovia SP-300 atravessa o centro urbano de Botucatu. Tem seu início no município de Jundiaí e termina no município de Castilho, na divisa com o Mato Grosso do Sul, ligando municípios paulistas como Porto Feliz, Tietê, Laranjal Paulista, Conchas, São Manuel, Lençóis Paulista, Agudos, Bauru, Pirajuí, Cafelândia, Lins, Penápolis, Araçatuba, Vai paraíso e Andradina. No trecho entre Jundiaí e Itu a SP-300 recebe o nome de Rodovia Dom Gabriel Paulino Bueno Couto.
A SP-300 faz parte do Programa Estadual de Desestatização e Parcerias com a iniciati¬va privada do Governo do Estado de São Paulo. Atualmente, o trecho leste da rodovia, que passa por Bauru, Agudos e Botucatu, está sob responsabilidade do consórcio Brasinfra.
A idéia do programa de concessão é melhorar as condições do tráfego e oferecer mais segurança e conforto nos trechos concedidos às empresas (concessionárias) com capital privado, liberando os recursos do Estado para outras atividades.
Já a SP-280, que passa ao sul do município de Botucatu, encontra-se sob administra¬ção da Concessionária de Rodovias do Oeste S/A - Viaoeste.
A rodovia começa na Região Metropolitana de São Paulo e termina no entroncamento com a SP-225, em Santa Cruz do Rio Pardo. No município de Itatinga há uma interligação entre a SP-280 e a SP-300, através da Rodovia João Hipólito Martins (SP-209).
Fonte: ATLAS ESCOLAR HISTÓRICO E GEOGRÁFICO - Ferreira-Cesar Cunha (ed. 2009)
A Ferrovia Bandeirantes SA (Ferroban) é a empresa ferroviária que opera a linha férrea de Botucatu e, corta o município de leste a oeste. Até 1998, as estradas de ferro pertenciam à Ferrovia Paulista S.A. (Fepasa), quando foi extinta e incorporada à Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima (RFFSA). No mesmo ano houve o leilão de desestatização promovido pelo Governo Federal e a Ferroban arrematou boa parte da malha ferroviária paulista durante esse processo.
Em 2006, o controle acionário* da Ferroban foi adquirido pelo Grupo América Latina Logística - ALL, que também passou a administrar outras ferrovias da Região Centro-Sul do Brasil, tornando-se a maior companhia ferroviária do País. Hoje, Botucatu faz parte da estra¬da de ferro que integra o corredor ferroviário Corumbá (MS) - Santos (SP).
Pela via férrea de Botucatu passam diversos produtos, como soja, farelo de soja, ferti¬lizantes, derivados de petróleo, açúcar, milho, entre outros.
HIDROVIA TIETÊ-PARANÁ
A Hidrovia Tietê-Paraná é um sistema de navegação formado a partir de um conjunto de eclusas em cascata, unindo lagos de usinas hidrelétricas situadas nos rios Tietê e Paraná. As oito eclusas, construídas entre 1969 e 1998, tornaram navegáveis seus 2.4QO quilôme¬tros, permitindo um expressivo aumento no volume de cargas transportadas. A hidrovia liga o Estado de São Paulo - região mais rica e industrializada da América Latina - ao Centro-Oeste e o Sul do Brasil, a Argentina, o Paraguai e o Uruguai, constituindo, assim, a rota natural de integração do Mercosul.
Pelos terminais hidroviários instalados nas cidades de Anhembi e Conchas - ambas no Rio Tietê, distantes cerca de 200 quilômetros de São Paulo -, e Santa Maria da Serra, no Rio Piracicaba - distante 230 quilômetros -, a Hidrovia Tietê-Paraná liga o macroeixo São Paulo¬-Campinas-São José dos Carnpos-Sorocaba à cidade de Foz do Iguaçu, na divisa com Argentina e Paraguai, percorrendo uma distância de 1.642 quilômetros.
A AES Tietê é a empresa responsável pela operação e manutenção das eclusas das usinas hidrelétricas de Barra Bonita, Bariri, Ibitinga, Promissão e Nova Avanhandava, e pelo aprimo¬ramento da hidrovia. Com isso, permite atualmente que até 10 milhões de toneladas de car¬gas sejam transportadas pelo Rio Tietê no período de um ano. Com as eclusas, as embarcações podem transpor as barragens do médio e baixo curso do Rio Tietê, que alcançam até 30 metros de altura, e prosseguir com o transporte de cargas, integrando a Região Metropolitana de São Paulo e o entorno da Usina de Itaipu, no Paraná.
Hoje, a Hidrovia Tietê-Paraná transporta cerca de 5 milhões de toneladas anuais, por distâncias médias que variam de 15 quilômetros (pedra) a 759 quilômetros (soja), sendo 1 milhão de toneladas de cargas de médio e longo curso (soja, farelo de soja, óleos comes¬tíveis, cana-de-açúcar, milho, trigo, areia, madeira, fertilizantes e calcário agrícola).
Adaptado de Gazeta Mercantil (SP) e Gazeta Brasil, 26/4/2004.
AEROPORTO DE BOTUCATU
Localizado na Estrada Municipal Alcides Cagliari, está a 10 quilômetros ao sul dei centro urbano de Botucatu e a 268 quilômetros de distância por rodovia da capital de São Paulo. Já a distância aérea ou linear é de 223 quilômetros.
O Aeroporto de Botucatu foi inaugurado em 1942 com o nome de Nilo de Andrade, en¬tão secretário de obras do Estado de São Paulo sendo controlado pelo DAC (Departamento de Aviação Civil) desde sua inauguração. Uma lei datada de 14 de maio de 1985 deu ao aeroporto o nome de Tancredo de Almeida Neves. Hoje é administrado pelo Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp).
O aeroporto possui 1.500 metros de pista asfaltada e equipamentos apropriados para operar 24 horas por dia com segurança, tais como: sinais de pista (cabeceira e eixo), luzes de cabeceira, de pista, de taxiamento e de obstáculos e farol rotativo, plenamente capacita¬do a operar aviões de médio porte como o Fokker 100, típicos da aviação regional.
Possui excelente infraestrutura*, com seis hangares, e abriga um centro de abastecimen¬to de combustível para aeronaves, aeroclube, oficina de manutenção e de reposição de peças e uma unidade montadora de aeronaves da Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A.).
A Unidade Botucatu da Embraer (fábrica de aeronaves) é especializada em produzir aviões pulverizadores para uso agrícola do modelo Ipanema, além de aviões turboélice bimotores do modelo Embraer-120 Brasília.
Em 2008, a média foi de 5,5 pousos e decolagens por dia com movimento de 1.175 passageiros entre embarque e desembarque.
RODOVIAS
Duas grandes rodovias estaduais são fundamentais para o município de Botucatu: as rodovias Castelo Branco (prefixo SP-280) e Marechal Rondon (prefixo SP-300).
A rodovia SP-300 atravessa o centro urbano de Botucatu. Tem seu início no município de Jundiaí e termina no município de Castilho, na divisa com o Mato Grosso do Sul, ligando municípios paulistas como Porto Feliz, Tietê, Laranjal Paulista, Conchas, São Manuel, Lençóis Paulista, Agudos, Bauru, Pirajuí, Cafelândia, Lins, Penápolis, Araçatuba, Vai paraíso e Andradina. No trecho entre Jundiaí e Itu a SP-300 recebe o nome de Rodovia Dom Gabriel Paulino Bueno Couto.
A SP-300 faz parte do Programa Estadual de Desestatização e Parcerias com a iniciati¬va privada do Governo do Estado de São Paulo. Atualmente, o trecho leste da rodovia, que passa por Bauru, Agudos e Botucatu, está sob responsabilidade do consórcio Brasinfra.
A idéia do programa de concessão é melhorar as condições do tráfego e oferecer mais segurança e conforto nos trechos concedidos às empresas (concessionárias) com capital privado, liberando os recursos do Estado para outras atividades.
Já a SP-280, que passa ao sul do município de Botucatu, encontra-se sob administra¬ção da Concessionária de Rodovias do Oeste S/A - Viaoeste.
A rodovia começa na Região Metropolitana de São Paulo e termina no entroncamento com a SP-225, em Santa Cruz do Rio Pardo. No município de Itatinga há uma interligação entre a SP-280 e a SP-300, através da Rodovia João Hipólito Martins (SP-209).
Fonte: ATLAS ESCOLAR HISTÓRICO E GEOGRÁFICO - Ferreira-Cesar Cunha (ed. 2009)
A expansão urbana durante a cafeicultura
A EXPANSÃO URBANA DURANTE A CAFEICULTURA
A cidade de Botucatu se desenvolveu lentamente ao longo do Ribeirão Lavapés, mas talvez o período de maior transformação urbana tenha ocorrido durante a expansão da cultura do café.
Com a economia crescente e investimentos incessantes na produção agrícola e na ferrovia, a população aumenta de¬vido à oferta de empregos. A cidade pulsa e a expansão urbana logo se faz necessária, com o surgimento da elite cafeeira e dos assalariados (muitos imigrantes). Os hábitos e modos de vida urbanos ampliam-se e a cidade se remodela ainda mais com a Proclamação da República. A renovação política logo se refletiria na arquitetura e no planejamento urbano da cidade.
Em 1907, chega a luz elétrica em Botucatu; logo a água encanada também começa a se expandir pela cidade, edifí¬cios são demolidos, outros surgem, jardins são construídos e o sistema viário passa por uma reformulação.
Essas transformações foram retratadas no texto abaixo, retirado do Informativo nQ 04 Dezembro/Janeiro de 2008 do Projeto Ribeirão Tanquinho Vivo, no qual o historiador João Carlos Figueiroa teceu um breve histórico da expansão urbana em Botucatu:
"Por volta de 1866 a Igreja Matriz foi transferida da Praça Paratodos para o oeste da cidade, para o altiplano, onde hoje está a Av. Dom Lúcio, e com ela, outros aparelhamentos urbanos foram edificados nesta localidade, como o Cemitério, a Câmara Municipal e a Cadeia, que na época ocupavam o mesmo prédio (onde hoje é o Tênis Clube). Assim, até o final do século, aquela região do município já contava com importante adensamento urbano, abrigando a Igreja Matriz, a Câmara e Cadeia, o enorme Jardim Público entre as ruas Monsenhor Ferrari e Leônidas Cardoso e as casas mais bonitas, construídas ao longo das ruas Dr. Cardoso de Almeida e Dr. Costa Leite. Em 1897, foi inaugurado o Grupo Escolar Cardoso de Almeida e depois dele, dois importantes projetos ligados à igreja ocuparam a Rua Dr. Costa Leite: a Santa Casa de Misericórdia (1901) e o Seminário onde hoje é o Colégio La Salle (1911). Em seguida vieram o Colégio Santa Marcelina (1912) e o Palácio Epis¬copal (1917), que incentivaram a ocupação do solo do vale do Ribeirão Tanquinho."
Fonte: ATLAS ESCOLAR HISTÓRICO E GEOGRÁFICO - Ferreira-Cesar Cunha (ed. 2009)
A cidade de Botucatu se desenvolveu lentamente ao longo do Ribeirão Lavapés, mas talvez o período de maior transformação urbana tenha ocorrido durante a expansão da cultura do café.
Com a economia crescente e investimentos incessantes na produção agrícola e na ferrovia, a população aumenta de¬vido à oferta de empregos. A cidade pulsa e a expansão urbana logo se faz necessária, com o surgimento da elite cafeeira e dos assalariados (muitos imigrantes). Os hábitos e modos de vida urbanos ampliam-se e a cidade se remodela ainda mais com a Proclamação da República. A renovação política logo se refletiria na arquitetura e no planejamento urbano da cidade.
Em 1907, chega a luz elétrica em Botucatu; logo a água encanada também começa a se expandir pela cidade, edifí¬cios são demolidos, outros surgem, jardins são construídos e o sistema viário passa por uma reformulação.
Essas transformações foram retratadas no texto abaixo, retirado do Informativo nQ 04 Dezembro/Janeiro de 2008 do Projeto Ribeirão Tanquinho Vivo, no qual o historiador João Carlos Figueiroa teceu um breve histórico da expansão urbana em Botucatu:
"Por volta de 1866 a Igreja Matriz foi transferida da Praça Paratodos para o oeste da cidade, para o altiplano, onde hoje está a Av. Dom Lúcio, e com ela, outros aparelhamentos urbanos foram edificados nesta localidade, como o Cemitério, a Câmara Municipal e a Cadeia, que na época ocupavam o mesmo prédio (onde hoje é o Tênis Clube). Assim, até o final do século, aquela região do município já contava com importante adensamento urbano, abrigando a Igreja Matriz, a Câmara e Cadeia, o enorme Jardim Público entre as ruas Monsenhor Ferrari e Leônidas Cardoso e as casas mais bonitas, construídas ao longo das ruas Dr. Cardoso de Almeida e Dr. Costa Leite. Em 1897, foi inaugurado o Grupo Escolar Cardoso de Almeida e depois dele, dois importantes projetos ligados à igreja ocuparam a Rua Dr. Costa Leite: a Santa Casa de Misericórdia (1901) e o Seminário onde hoje é o Colégio La Salle (1911). Em seguida vieram o Colégio Santa Marcelina (1912) e o Palácio Epis¬copal (1917), que incentivaram a ocupação do solo do vale do Ribeirão Tanquinho."
Fonte: ATLAS ESCOLAR HISTÓRICO E GEOGRÁFICO - Ferreira-Cesar Cunha (ed. 2009)
A formação do território
A FORMAÇÃO TERRITORIAL DE BOTUCATU
Quando os colonizadores adentraram o "sertão paulista" rumo ao noroeste, depararam com os indígenas Caingangue, na região onde hoje está assentado o município de Botucatu. Apelidados pelo homem branco de Coroado (devido ao corte de cabelo que usavam, que dava a aparência de uma coroa), foram ferozes defensores da terra, travando embates violentos com os habitantes da Vila de Botucatu e cercanias em meados do século XIX. No passado, coube à grande parte dos indígenas a escravidão e o extermínio impostos pelos bandeirantes, mas muitos foram catequizados e aculturados pela Companhia de Jesus.
A ocupação do território na região de Botucatu começa efetivamente com o estabeleci¬mento das fazendas de gado jesuíticas denominadas Guareí e Botucatu, por volta de 1720. Com o crescimento da exploração de ouro em Mato Grosso, essas fazendas serviram de paragem para as tropas de muares que rumavam em direção às minas de Cuiabá.
A iniciativa jesuítica é considerada pioneira na fixação do povoamento nesta parte do sertão paulista. Segundo o historiador João Carlos Figueroa, as fazendas ganharam impor¬tância " ... pelo seu papel no desenvolvimento econômico da região, que por esse tempo era considerada fronteira de ocupação".
Com a expulsão dos jesuítas do Brasil, engendrada pelo marquês de Pombal em 1759, a economia paulista entra em declínio - a ausência dos catequistas, força motora e em¬preendedora da economia paulista, faz a expansão territorial enfraquecer.
Em 1771, com a abertura de um novo caminho entre Sorocaba e o Forte iguatemi (Paraná), passando necessariamente pela Serra de Botucatu, a região ficou conhecida como Campo do Paiol, um ponto estratégico para os tropeiros e suas tropas de muares. Essa condição de pouso de tropeiros foi cada vez mais se intensificando pela expansão do plantio da cana-de-açúcar.
Por volta de 1830 é iniciada a ocupação das terras do alto da Serra de Botucatu (na épo¬ca conhecida como Serra de Santo Ignácio), onde outrora existia uma antiga fazenda jesuítica. A ocupação foi feita através da prática da agricultura e da criação de gado e em 1835 a popu¬lação já era de aproximadamente 345 habitantes.
Diante do crescimento populacional e atendendo aos anseios dos habitantes desse pro¬missor povoado, o Governo Provincial paulista cria, em 1846, através da Lei n° 283, a fre¬guesia Sant'anna de Botucatu ou a freguesia do distrito de Cimo da Serra de Botucatu, ligada ao município de Itapetininga.
Menos de uma década depois, em 1855, o Governo Provincial eleva a freguesia de Botucatu à condição de vila, desmembrando-a de Itapetininga. A partir daí, Botucatu passa a ter certa autonomia na província de São Paulo.
Entre 1857 e 1859 definiram-se as fronteiras de Botucatu da seguinte forma:
• ao norte - tinha como limite natural o Rio Tietê;
• ao sul - fazia limite com a Vila de Tatuí e a Vila de Itapeva da Faxina;
• ao leste - limitada pela cidade de Porto Feliz;
• a oeste - uma ampla área (o noroeste paulista) limitada pelo Rio Paraná, na divisa do atual Estado de Mato Grosso do Sul, e pelo Rio Paranapanema, na divisa do atual Estado do Paraná.
Observação: entre 1865 e 1959 Botucatu passou por vários desmembramentos territoriais (ver p. 45).
Em 1860 surgem as primeiras fazendas cafeicultoras em Botucatu. Elas e suas ativida¬des trouxeram desenvolvimento econômico e crescimento populacional sem precedentes ao município. Antes disso, além dos pequenos plantios de café localizados no alto da Serra de Botucatu, a base econômica resumia-se a poucos currais de muares e à agricultura de subsistência de milho e mandioca.
Com o café logo chega a ferrovia, meio de transporte ideal e "oficial" para escoar a rica produção cafeeira para o mundo, através do Porto de Santos. Nesse momento, o plantio do café dominava a maior parte das terras agrícolas da província de São Paulo.
Botucatu participa, portanto, da fase econômica brasileira conhecida como Ciclo do Café, e testemunha o surgimento dos barões do café e da elite cafeicultora, bem como o cresci¬mento urbano e populacional, expandindo e remodelando a cidade. Havia necessidade de milhares de trabalhadores para construir, fazer a manutenção e operar as ferrovias (Estrada de Ferro Sorocabana e Companhia Ituana de Estradas de Ferro), erguer novas casas, rasgar novas ruas, conservar os serviços públicos e mantê-los em funcionamento, entre outros. Com isso, Botucatu passa por profundas transformações estruturais ao longo desse período.
Contudo, a crise econômica mundial de 1929 abateu substancialmente os produtores de café. Sem ter para quem vender o produto, os cafeicultores abandonam ou vendem suas propriedades, criando uma massa de trabalhadores rurais sem emprego. As ferrovias não têm o que transportar e definham. O interior paulista entra em estagnação econômica e parte da população migra para os grandes centros urbanos, onde o surto industrial alavanca o mer¬cado de trabalho.
A geografia agrária se modifica. Muitos ficaram, agora com as grandes propriedades rurais fragmentadas; alguns insistiram no plantio do café e do algodão. Porém a pecuária foi a atividade econômica que aos poucos reergueu o município de Botucatu, entre 1940 a 1970.
Em 1973, o Governo Federal implanta o Programa Nacional do Álcool, o Proálcool, cujo - devido à crise do petróleo - era a substituição da gasolina automotiva por álcool u etanol. A cultura de cana-de-açúcar ganha força e começa a mudar visivelmente a m, especialmente na década de 1980.
sa mudança de paradigma influenciou bastante o desenvolvimento econômico de u, haja vista que hoje a cana-de-açúcar é uma das principais culturas agrícolas do io, juntamente com a laranja.
mo se pôde perceber, a formação territorial de qualquer cidade está intrinsecamente geografia do lugar, suas atividades econômicas e à história de sua povoação.
OS CAMINHOS DE BOTUCATU
Antigamente, durante a colonização do Brasil, quando nenhuma estrada tinha sido aberta, modo de deslocar-se sobre o território era abrindo picadas em meio à densa floresta ou utilizar os antigos caminhos dos indígenas. Outra forma era aproveitar os rios para o sertão brasileiro.
ucatu, por sua privilegiada localização geográfica, entre a capital da província de São s minas de Cuiabá, e por sua proximidade com o Rio Tietê e áreas de pastagens (Campo , torna-se um local de apoio e referência para os viajantes (sertanistas, bandeirantes, aventureiros, monçoneiros e tropeiros). O município fica conhecido como a "Boca do Sertão" e é por muitos anos considerado a fronteira de ocupação do oeste brasileiro, ponto de partida que levaria além do Meridiano de Tordesilhas (o Tratado de Tordesilhas, celebrado entre portugue¬ses e espanhóis, dividia as terras americanas em dois blocos separados por este meridiano: a parte a oeste para os espanhóis e a outra para os portugueses).
O primeiro caminho de que se tem notícia na Serra de Botucatu foi o caminho Peabiru, ligando a região de São Paulo ao Peru, passando pelo Paraguai e pela Bolívia. Posteriormen¬te, no início do século XVII, essa trilha foi utilizada para alcançar as Missões Jesuíticas Guarani, na província do Guairá.
Outro caminho que se destaca na história de Botucatu foi construído a mando do go¬vernador da Capitania de São Paulo, o capitão-general Luís Antônio de Souza Botelho e Mouriio, o morgado de Mateus. Com o objetivo de reforçar a defesa da capitania, colocando-a em condições de repelir qualquer investida espanhola sobre as conquistas territoriais da Coroa Portuguesa, abriu-se o Caminho do Iguatemi, que levava ao forte do mesmo nome e rumava implacavelmente para o oeste, alcançando o território do então Mato Grosso do Sul, além do Rio Paraná, na divisa com o Paraguai.
Assim, segundo Hernâni Donato, escritor e historiador botucatuense, o morgado de Mateus fez entender que o Caminho de Iguatemi deveria ser da seguinte forma: " ... a vereda que se deve seguir é entrar pela Serra de Botucatu onde tenha maior comodidade e dai
botar o agulhão em ponto fixo na barra do Rio Pardo, e aí cortando o sertão, bem pelo meio da campanha entre os dois rios, Paranapanema e Tietê, fugindo sempre de avizinhar dos matos e pantanais que ambos têm por toda sua margem ... ".
Contudo, devido às dificuldades encontradas pela Capitania de São Paulo, foi o capitão-mor José de Almeida Leme, com sua fortuna particular, quem construiu esta estrada em 1771, ligando a Vila de Sorocaba à Colônia Militar de Iguatemi (presídio e forte de Nossa Senhora dos Prazeres do Iguatemi).
Os bandeirantes também utilizaram Botucatu como ponto de paragem enquanto adentravam o sertão oeste para capturar indígenas para mão de obra escrava, erradicar nações indígenas hostis e encontrar pedras e metais preciosos.
O Rio Tietê, que atualmente passa pelo norte do município de Botucatu, também foi utilizado como caminho para o oeste. Apesar de a via fluvial não ser o caminho preferencial dos bandeirantes, o historia¬dor Oscar D'Ambrosio cita, em seu livro Porto Feliz: terra das monções: "Chamado pelos índios de Rio Anhembi, o Tietê teve grande importância histórica como via de penetração de povoamento, ao servir de caminho para as Bandeiras e Entradas nos séculos XVI e XVII".
Já com o movimento das monções - substituto gradual do bandeirantismo -, que partiam de Porto Feliz entre os séculos XVII e XVIII, o Rio Tietê torna-se a via única para os monçoneiros alcançarem as minas de ouro de Cuiabá.
A partir de 1770, tropas e tropeiros surgem em grande escala, devido à retomada da produção de cana-de-açúcar. Vastas terras do noroeste da Capitania de São Paulo são utilizadas. Botucatu, na rota dos tropeiros, entre o Porto de Santos e as áreas produtivas, torna-se importante pouso para paragem e
reabastecimento das tropas (pastagem para os muares e descanso seguro para os tropeiros). Nessa época, toda produção de cana e de produtos oriun¬dos da metrópole portuguesa era conduzida nos lombos das mulas, a única forma possível de transporte terrestre "rápido" na época.
Botucatu também era ponto de apoio importante na trama de trilhas tropeiras que varavam a região Sul do País.
Fonte: ATLAS ESCOLAR HISTÓRICO E GEOGRÁFICO - Ferreira-Cesar Cunha (ed. 2009)
Quando os colonizadores adentraram o "sertão paulista" rumo ao noroeste, depararam com os indígenas Caingangue, na região onde hoje está assentado o município de Botucatu. Apelidados pelo homem branco de Coroado (devido ao corte de cabelo que usavam, que dava a aparência de uma coroa), foram ferozes defensores da terra, travando embates violentos com os habitantes da Vila de Botucatu e cercanias em meados do século XIX. No passado, coube à grande parte dos indígenas a escravidão e o extermínio impostos pelos bandeirantes, mas muitos foram catequizados e aculturados pela Companhia de Jesus.
A ocupação do território na região de Botucatu começa efetivamente com o estabeleci¬mento das fazendas de gado jesuíticas denominadas Guareí e Botucatu, por volta de 1720. Com o crescimento da exploração de ouro em Mato Grosso, essas fazendas serviram de paragem para as tropas de muares que rumavam em direção às minas de Cuiabá.
A iniciativa jesuítica é considerada pioneira na fixação do povoamento nesta parte do sertão paulista. Segundo o historiador João Carlos Figueroa, as fazendas ganharam impor¬tância " ... pelo seu papel no desenvolvimento econômico da região, que por esse tempo era considerada fronteira de ocupação".
Com a expulsão dos jesuítas do Brasil, engendrada pelo marquês de Pombal em 1759, a economia paulista entra em declínio - a ausência dos catequistas, força motora e em¬preendedora da economia paulista, faz a expansão territorial enfraquecer.
Em 1771, com a abertura de um novo caminho entre Sorocaba e o Forte iguatemi (Paraná), passando necessariamente pela Serra de Botucatu, a região ficou conhecida como Campo do Paiol, um ponto estratégico para os tropeiros e suas tropas de muares. Essa condição de pouso de tropeiros foi cada vez mais se intensificando pela expansão do plantio da cana-de-açúcar.
Por volta de 1830 é iniciada a ocupação das terras do alto da Serra de Botucatu (na épo¬ca conhecida como Serra de Santo Ignácio), onde outrora existia uma antiga fazenda jesuítica. A ocupação foi feita através da prática da agricultura e da criação de gado e em 1835 a popu¬lação já era de aproximadamente 345 habitantes.
Diante do crescimento populacional e atendendo aos anseios dos habitantes desse pro¬missor povoado, o Governo Provincial paulista cria, em 1846, através da Lei n° 283, a fre¬guesia Sant'anna de Botucatu ou a freguesia do distrito de Cimo da Serra de Botucatu, ligada ao município de Itapetininga.
Menos de uma década depois, em 1855, o Governo Provincial eleva a freguesia de Botucatu à condição de vila, desmembrando-a de Itapetininga. A partir daí, Botucatu passa a ter certa autonomia na província de São Paulo.
Entre 1857 e 1859 definiram-se as fronteiras de Botucatu da seguinte forma:
• ao norte - tinha como limite natural o Rio Tietê;
• ao sul - fazia limite com a Vila de Tatuí e a Vila de Itapeva da Faxina;
• ao leste - limitada pela cidade de Porto Feliz;
• a oeste - uma ampla área (o noroeste paulista) limitada pelo Rio Paraná, na divisa do atual Estado de Mato Grosso do Sul, e pelo Rio Paranapanema, na divisa do atual Estado do Paraná.
Observação: entre 1865 e 1959 Botucatu passou por vários desmembramentos territoriais (ver p. 45).
Em 1860 surgem as primeiras fazendas cafeicultoras em Botucatu. Elas e suas ativida¬des trouxeram desenvolvimento econômico e crescimento populacional sem precedentes ao município. Antes disso, além dos pequenos plantios de café localizados no alto da Serra de Botucatu, a base econômica resumia-se a poucos currais de muares e à agricultura de subsistência de milho e mandioca.
Com o café logo chega a ferrovia, meio de transporte ideal e "oficial" para escoar a rica produção cafeeira para o mundo, através do Porto de Santos. Nesse momento, o plantio do café dominava a maior parte das terras agrícolas da província de São Paulo.
Botucatu participa, portanto, da fase econômica brasileira conhecida como Ciclo do Café, e testemunha o surgimento dos barões do café e da elite cafeicultora, bem como o cresci¬mento urbano e populacional, expandindo e remodelando a cidade. Havia necessidade de milhares de trabalhadores para construir, fazer a manutenção e operar as ferrovias (Estrada de Ferro Sorocabana e Companhia Ituana de Estradas de Ferro), erguer novas casas, rasgar novas ruas, conservar os serviços públicos e mantê-los em funcionamento, entre outros. Com isso, Botucatu passa por profundas transformações estruturais ao longo desse período.
Contudo, a crise econômica mundial de 1929 abateu substancialmente os produtores de café. Sem ter para quem vender o produto, os cafeicultores abandonam ou vendem suas propriedades, criando uma massa de trabalhadores rurais sem emprego. As ferrovias não têm o que transportar e definham. O interior paulista entra em estagnação econômica e parte da população migra para os grandes centros urbanos, onde o surto industrial alavanca o mer¬cado de trabalho.
A geografia agrária se modifica. Muitos ficaram, agora com as grandes propriedades rurais fragmentadas; alguns insistiram no plantio do café e do algodão. Porém a pecuária foi a atividade econômica que aos poucos reergueu o município de Botucatu, entre 1940 a 1970.
Em 1973, o Governo Federal implanta o Programa Nacional do Álcool, o Proálcool, cujo - devido à crise do petróleo - era a substituição da gasolina automotiva por álcool u etanol. A cultura de cana-de-açúcar ganha força e começa a mudar visivelmente a m, especialmente na década de 1980.
sa mudança de paradigma influenciou bastante o desenvolvimento econômico de u, haja vista que hoje a cana-de-açúcar é uma das principais culturas agrícolas do io, juntamente com a laranja.
mo se pôde perceber, a formação territorial de qualquer cidade está intrinsecamente geografia do lugar, suas atividades econômicas e à história de sua povoação.
OS CAMINHOS DE BOTUCATU
Antigamente, durante a colonização do Brasil, quando nenhuma estrada tinha sido aberta, modo de deslocar-se sobre o território era abrindo picadas em meio à densa floresta ou utilizar os antigos caminhos dos indígenas. Outra forma era aproveitar os rios para o sertão brasileiro.
ucatu, por sua privilegiada localização geográfica, entre a capital da província de São s minas de Cuiabá, e por sua proximidade com o Rio Tietê e áreas de pastagens (Campo , torna-se um local de apoio e referência para os viajantes (sertanistas, bandeirantes, aventureiros, monçoneiros e tropeiros). O município fica conhecido como a "Boca do Sertão" e é por muitos anos considerado a fronteira de ocupação do oeste brasileiro, ponto de partida que levaria além do Meridiano de Tordesilhas (o Tratado de Tordesilhas, celebrado entre portugue¬ses e espanhóis, dividia as terras americanas em dois blocos separados por este meridiano: a parte a oeste para os espanhóis e a outra para os portugueses).
O primeiro caminho de que se tem notícia na Serra de Botucatu foi o caminho Peabiru, ligando a região de São Paulo ao Peru, passando pelo Paraguai e pela Bolívia. Posteriormen¬te, no início do século XVII, essa trilha foi utilizada para alcançar as Missões Jesuíticas Guarani, na província do Guairá.
Outro caminho que se destaca na história de Botucatu foi construído a mando do go¬vernador da Capitania de São Paulo, o capitão-general Luís Antônio de Souza Botelho e Mouriio, o morgado de Mateus. Com o objetivo de reforçar a defesa da capitania, colocando-a em condições de repelir qualquer investida espanhola sobre as conquistas territoriais da Coroa Portuguesa, abriu-se o Caminho do Iguatemi, que levava ao forte do mesmo nome e rumava implacavelmente para o oeste, alcançando o território do então Mato Grosso do Sul, além do Rio Paraná, na divisa com o Paraguai.
Assim, segundo Hernâni Donato, escritor e historiador botucatuense, o morgado de Mateus fez entender que o Caminho de Iguatemi deveria ser da seguinte forma: " ... a vereda que se deve seguir é entrar pela Serra de Botucatu onde tenha maior comodidade e dai
botar o agulhão em ponto fixo na barra do Rio Pardo, e aí cortando o sertão, bem pelo meio da campanha entre os dois rios, Paranapanema e Tietê, fugindo sempre de avizinhar dos matos e pantanais que ambos têm por toda sua margem ... ".
Contudo, devido às dificuldades encontradas pela Capitania de São Paulo, foi o capitão-mor José de Almeida Leme, com sua fortuna particular, quem construiu esta estrada em 1771, ligando a Vila de Sorocaba à Colônia Militar de Iguatemi (presídio e forte de Nossa Senhora dos Prazeres do Iguatemi).
Os bandeirantes também utilizaram Botucatu como ponto de paragem enquanto adentravam o sertão oeste para capturar indígenas para mão de obra escrava, erradicar nações indígenas hostis e encontrar pedras e metais preciosos.
O Rio Tietê, que atualmente passa pelo norte do município de Botucatu, também foi utilizado como caminho para o oeste. Apesar de a via fluvial não ser o caminho preferencial dos bandeirantes, o historia¬dor Oscar D'Ambrosio cita, em seu livro Porto Feliz: terra das monções: "Chamado pelos índios de Rio Anhembi, o Tietê teve grande importância histórica como via de penetração de povoamento, ao servir de caminho para as Bandeiras e Entradas nos séculos XVI e XVII".
Já com o movimento das monções - substituto gradual do bandeirantismo -, que partiam de Porto Feliz entre os séculos XVII e XVIII, o Rio Tietê torna-se a via única para os monçoneiros alcançarem as minas de ouro de Cuiabá.
A partir de 1770, tropas e tropeiros surgem em grande escala, devido à retomada da produção de cana-de-açúcar. Vastas terras do noroeste da Capitania de São Paulo são utilizadas. Botucatu, na rota dos tropeiros, entre o Porto de Santos e as áreas produtivas, torna-se importante pouso para paragem e
reabastecimento das tropas (pastagem para os muares e descanso seguro para os tropeiros). Nessa época, toda produção de cana e de produtos oriun¬dos da metrópole portuguesa era conduzida nos lombos das mulas, a única forma possível de transporte terrestre "rápido" na época.
Botucatu também era ponto de apoio importante na trama de trilhas tropeiras que varavam a região Sul do País.
Fonte: ATLAS ESCOLAR HISTÓRICO E GEOGRÁFICO - Ferreira-Cesar Cunha (ed. 2009)
Plano diretor
PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO DE DESENVOLVIMENTO INTEGRADO
Elaborado pelo poder Executivo municipal, discutido e aprovado pelo poder Legislativo da cidade através da lei Complementar nº 0483, publicada em 06 de junho de 2007, que institui o Plano Diretor Participativo de Desenvolvimento Integrado do Município de Botucatu.
Com o Plano Diretor, o município é administrado de forma harmoniosa, já que foram helectdns regras, deveres e direitos a todas as esferas da sociedade, com o objetivo de mvolver a cidade social e economicamente, sem perder a qualidade ambiental. Mas o que o Plano Diretor?
Plano Diretor Municipal é o instrumento básico de política e planejamento de uma cidaara o desenvolvimento sustentável* do meio ambiente urbano e rural, garantindo tamas funções sociais da propriedade e dos interesses do município. Orienta a política municipal de desenvolvimento, ordenamento territorial e expansão urbana. Basicamente, po¬os definir o Plano Diretor como a lei "da cidade que queremos". Portanto, é necessário toda população e outros poderes existentes no município conheçam o Plano Diretor, pois é ele que definirá o rumo do município de Botucatu e todos devem participar da construção uturo da cidade.
O artigo 3º do Plano Diretor de Botucatu, reproduzido abaixo, demonstra as reais preocupações e planos do Poder Público municipal em relação ao futuro de Botucatu:
Art. 3º. As políticas e normas explicitadas nesta Lei Complementar têm por fim realizar eno desenvolvimento das funções sociais do município e da propriedade, o uso socialte justo e ecologicamente equilibrado de seu território, de forma a assegurar o bem-estar a seus habitantes e democratizar o acesso a bens e serviços, tendo as seguintes diretrizes:
I - promoção da qualidade de vida e do ambiente;
II - direcionamento dos gastos públicos para que beneficiem o maior número de
cidadãos, reduzindo as desigualdades e a exclusão social;
III - promoção da inclusão social, compreendida pela oportunidade de acesso a bens,
liços e políticas sociais, trabalho e renda a todos os munícipes;
IV - preservação e recuperação da identidade cultural, compreendida pelo patrimônio
ural, ambiental e pelas formas de convívio da comunidade;
V - promoção do cumprimento da função social da propriedade;
VI - promoção da gestão democrática da cidade e do campo;
VII - potencialização dos recursos naturais, materiais, humanos e outros existentes no ucipio, públicos e privados, mediante o planejamento conjunto de sua utilização e desenvolvimento sustentável.
MACROZONEAMENTO MUNICIPAL
Com esse objetivo de atender as necessidades do município, a Prefeitura de Botucatu iorou, dentro do Plano Diretor, ferramentas essenciais para o controle do espaço territorial município. Umas dessas ferramentas é o macrozoneamento municipal.
O macrozoneamento municipal consiste na divisão do território do município em parce¬nas quais se regulamentam determinadas atividades, tendo como referência as características dos ambientes natural e construído, com o objetivo de ordenar a ocupação do solo, adequando-a à topografia e à infraestrutura existente.
O macrozoneamento municipal cria uma divisão territorial em zonas de uso e ocupação do solo mais homogênea, com características e objetivos em comum, resumidos logo abaixo do artigo 13º da lei que institui o Plano Diretor no município:
I - Macrozona Urbana de Adensamento Prioritário (Muap): refere-se às áreas de urba¬nização consolidada, dotadas de infraestrutura adequada à ocupação com alta densidade;
11 - Macrozona Urbana de Adensamento Secundário (Muas): refere-se às áreas de urbanização de média densidade;
111 - Macrozona Urbana de Baixa Densidade (MUBD): refere-se às áreas de transição entre as áreas urbanas densas e a zona rural;
IV - Macrozona de Uso Rururbano (MUR): refere-se às áreas com restrições, pela fragilidade do meio natural ou pela ausência de infraestrutura próxima, onde será permitido o parcelamento através de empreendimentos submetidos a análise e aprovação da Prefeitura;
V - Macrozona de Atenção Ambiental (MAA): refere-se às áreas especialmente frágeis da cuesta, nas vizinhanças da cidade, ao redor de algumas das cachoeiras com maior po¬tencial turístico do município e com grande risco de erosões, onde não será permitido o parcelamento, e toda edificação deverá passar por análise e aprovação da Prefeitura;
VI - Macrozona de Uso Rural (MUR): refere-se às áreas destinadas à produção agropecuária em geral, podendo ocorrer o uso turístico, desde que incluído na delimitação de Zona Especial de Interesse Turístico (Zeitur), respeitadas as restrições expressas na legis¬lação ambiental federal, estadual e municipal;
VII - Macrozona de Uso Rural Sustentável (MURS): semelhante à Macrozona de Uso Rural (MUR), porém deverão ser priorizadas as políticas de averbação e planejamento de reservas legais e Áreas de Preservação Permanente (APP), assim como as políticas de proteção e recuperação do solo.
ZONEAMENTO URBANO
• zonas estritamente residenciais: áreas exclusivamente voltadas à ocupação de moradias;
• zonas predominantemente residenciais: áreas onde o uso residencial deve ser privilegiado, assim como a arborização e a permeabilidade do solo, permitindo-se usos não residenciais, desde que não incômodos;
• zonas centrais ou predominantemente comerciais: centro da cidade, centros de bairro, corredores com predominância de usos diversificados;
• zonas mistas: áreas onde é permitido o uso residencial e comercial ocupando o mesmo perímetro, a mesma zona, estabelecendo regras para evitar conflitos de uso e ocupação da zona; • zonas industriais: áreas com fácil acesso para veículos pesados, adequadas à urbanização e à instalação de indústrias;
• zonas especiais: compreendem áreas que são passíveiS de tratamento diferencia¬do, de acordo com parâmetros reguladores do uso e ocupação do solo, definidos em leis específicas, devidamente mapeadas, em face ao desenvolvimento do município.
DESMEMBRAMENTO DE BOTUCATU
O desmembramento territorial, procedimento de parcelamento de solo, servia para criar novas áreas de povoamentos e permitir o melhor controle da terra e ações de desenvolvimento.
Territórios extensos eram difíceis de gerenciar e muitas áreas ficavam sem intervenção administrativa (abandonadas), por falta de recursos humanos e financeiros. Assim, os desmembramentos 11111 para o desenvolvimento de São Paulo, pois eram criados centros administrativos (vilas e cidades) que intercederiam diretamente naquela porção de terra recém-formada.
HISTÓRICO DO DESMEMBRAMENTO DE BOTUCATU
Por volta de 1835 já estava formado o antigo povoado de Nossa Senhora das Dores da Serra de Botucatu, assentado nas terras que então pertenciam a Itapetininga.
(Ia Lei nº 233, de 19 de fevereiro de 1346, a província de São Paulo concede ao referido povoado de Botucatu a condição de freguesia, vinculada a Itapetininga. Passados nove 1110 provincial eleva Botucatu à condição de vila por meio da Lei n° 506, de 14 de abril de 1355, desvinculando-a de Itapetininga.
Em 1873 Botucatu recebe foros de cidade. Daí até 1959 cede várias partes do seu território para a criação de outros municípios, chegando à configuração espacial atual.
Fonte: ATLAS ESCOLAR HISTÓRICO E GEOGRÁFICO - Ferreira-Cesar Cunha (ed. 2009)
Elaborado pelo poder Executivo municipal, discutido e aprovado pelo poder Legislativo da cidade através da lei Complementar nº 0483, publicada em 06 de junho de 2007, que institui o Plano Diretor Participativo de Desenvolvimento Integrado do Município de Botucatu.
Com o Plano Diretor, o município é administrado de forma harmoniosa, já que foram helectdns regras, deveres e direitos a todas as esferas da sociedade, com o objetivo de mvolver a cidade social e economicamente, sem perder a qualidade ambiental. Mas o que o Plano Diretor?
Plano Diretor Municipal é o instrumento básico de política e planejamento de uma cidaara o desenvolvimento sustentável* do meio ambiente urbano e rural, garantindo tamas funções sociais da propriedade e dos interesses do município. Orienta a política municipal de desenvolvimento, ordenamento territorial e expansão urbana. Basicamente, po¬os definir o Plano Diretor como a lei "da cidade que queremos". Portanto, é necessário toda população e outros poderes existentes no município conheçam o Plano Diretor, pois é ele que definirá o rumo do município de Botucatu e todos devem participar da construção uturo da cidade.
O artigo 3º do Plano Diretor de Botucatu, reproduzido abaixo, demonstra as reais preocupações e planos do Poder Público municipal em relação ao futuro de Botucatu:
Art. 3º. As políticas e normas explicitadas nesta Lei Complementar têm por fim realizar eno desenvolvimento das funções sociais do município e da propriedade, o uso socialte justo e ecologicamente equilibrado de seu território, de forma a assegurar o bem-estar a seus habitantes e democratizar o acesso a bens e serviços, tendo as seguintes diretrizes:
I - promoção da qualidade de vida e do ambiente;
II - direcionamento dos gastos públicos para que beneficiem o maior número de
cidadãos, reduzindo as desigualdades e a exclusão social;
III - promoção da inclusão social, compreendida pela oportunidade de acesso a bens,
liços e políticas sociais, trabalho e renda a todos os munícipes;
IV - preservação e recuperação da identidade cultural, compreendida pelo patrimônio
ural, ambiental e pelas formas de convívio da comunidade;
V - promoção do cumprimento da função social da propriedade;
VI - promoção da gestão democrática da cidade e do campo;
VII - potencialização dos recursos naturais, materiais, humanos e outros existentes no ucipio, públicos e privados, mediante o planejamento conjunto de sua utilização e desenvolvimento sustentável.
MACROZONEAMENTO MUNICIPAL
Com esse objetivo de atender as necessidades do município, a Prefeitura de Botucatu iorou, dentro do Plano Diretor, ferramentas essenciais para o controle do espaço territorial município. Umas dessas ferramentas é o macrozoneamento municipal.
O macrozoneamento municipal consiste na divisão do território do município em parce¬nas quais se regulamentam determinadas atividades, tendo como referência as características dos ambientes natural e construído, com o objetivo de ordenar a ocupação do solo, adequando-a à topografia e à infraestrutura existente.
O macrozoneamento municipal cria uma divisão territorial em zonas de uso e ocupação do solo mais homogênea, com características e objetivos em comum, resumidos logo abaixo do artigo 13º da lei que institui o Plano Diretor no município:
I - Macrozona Urbana de Adensamento Prioritário (Muap): refere-se às áreas de urba¬nização consolidada, dotadas de infraestrutura adequada à ocupação com alta densidade;
11 - Macrozona Urbana de Adensamento Secundário (Muas): refere-se às áreas de urbanização de média densidade;
111 - Macrozona Urbana de Baixa Densidade (MUBD): refere-se às áreas de transição entre as áreas urbanas densas e a zona rural;
IV - Macrozona de Uso Rururbano (MUR): refere-se às áreas com restrições, pela fragilidade do meio natural ou pela ausência de infraestrutura próxima, onde será permitido o parcelamento através de empreendimentos submetidos a análise e aprovação da Prefeitura;
V - Macrozona de Atenção Ambiental (MAA): refere-se às áreas especialmente frágeis da cuesta, nas vizinhanças da cidade, ao redor de algumas das cachoeiras com maior po¬tencial turístico do município e com grande risco de erosões, onde não será permitido o parcelamento, e toda edificação deverá passar por análise e aprovação da Prefeitura;
VI - Macrozona de Uso Rural (MUR): refere-se às áreas destinadas à produção agropecuária em geral, podendo ocorrer o uso turístico, desde que incluído na delimitação de Zona Especial de Interesse Turístico (Zeitur), respeitadas as restrições expressas na legis¬lação ambiental federal, estadual e municipal;
VII - Macrozona de Uso Rural Sustentável (MURS): semelhante à Macrozona de Uso Rural (MUR), porém deverão ser priorizadas as políticas de averbação e planejamento de reservas legais e Áreas de Preservação Permanente (APP), assim como as políticas de proteção e recuperação do solo.
ZONEAMENTO URBANO
• zonas estritamente residenciais: áreas exclusivamente voltadas à ocupação de moradias;
• zonas predominantemente residenciais: áreas onde o uso residencial deve ser privilegiado, assim como a arborização e a permeabilidade do solo, permitindo-se usos não residenciais, desde que não incômodos;
• zonas centrais ou predominantemente comerciais: centro da cidade, centros de bairro, corredores com predominância de usos diversificados;
• zonas mistas: áreas onde é permitido o uso residencial e comercial ocupando o mesmo perímetro, a mesma zona, estabelecendo regras para evitar conflitos de uso e ocupação da zona; • zonas industriais: áreas com fácil acesso para veículos pesados, adequadas à urbanização e à instalação de indústrias;
• zonas especiais: compreendem áreas que são passíveiS de tratamento diferencia¬do, de acordo com parâmetros reguladores do uso e ocupação do solo, definidos em leis específicas, devidamente mapeadas, em face ao desenvolvimento do município.
DESMEMBRAMENTO DE BOTUCATU
O desmembramento territorial, procedimento de parcelamento de solo, servia para criar novas áreas de povoamentos e permitir o melhor controle da terra e ações de desenvolvimento.
Territórios extensos eram difíceis de gerenciar e muitas áreas ficavam sem intervenção administrativa (abandonadas), por falta de recursos humanos e financeiros. Assim, os desmembramentos 11111 para o desenvolvimento de São Paulo, pois eram criados centros administrativos (vilas e cidades) que intercederiam diretamente naquela porção de terra recém-formada.
HISTÓRICO DO DESMEMBRAMENTO DE BOTUCATU
Por volta de 1835 já estava formado o antigo povoado de Nossa Senhora das Dores da Serra de Botucatu, assentado nas terras que então pertenciam a Itapetininga.
(Ia Lei nº 233, de 19 de fevereiro de 1346, a província de São Paulo concede ao referido povoado de Botucatu a condição de freguesia, vinculada a Itapetininga. Passados nove 1110 provincial eleva Botucatu à condição de vila por meio da Lei n° 506, de 14 de abril de 1355, desvinculando-a de Itapetininga.
Em 1873 Botucatu recebe foros de cidade. Daí até 1959 cede várias partes do seu território para a criação de outros municípios, chegando à configuração espacial atual.
Fonte: ATLAS ESCOLAR HISTÓRICO E GEOGRÁFICO - Ferreira-Cesar Cunha (ed. 2009)
Agricultura e Pecuária
AGRICULTURA
Destaca-se no município de Botucatu a produção de nja e da cana-de-açúcar.
A produção agrícola do município pode ser dividida em s categorias de culturas:
- lavoura permanente;
- lavoura temporária;
Lavoura permanente:
Refere-se ao cultivo agrícola de longa duração, ou seja, s a colheita, não é feito novo plantio (semeadura), garan¬o a permanência da planta, bem como da colheita, por vários anos consecutivos.
Em Botucatu ganha destaque a cicricultura (principalmente laranja). O município possui 10.711 ha de área utilizados pela lavoura permanente, dos quais 79% são voltados a produção de laranja.
A laranja é hoje a produção agrícola mais rentável da cidade. Em 2006, o valor da produção de laranja em Botucatu foi de R$ 46.910.000,00 (46,91 milhões de reais), colocando a citricultura botucatuense em evidência e Botucatu entre os maiores produtores de laranja do Estado de São Paulo.
Lavoura Temporária
São áreas voltadas para o cultivo de produtos agrícolas nas quais, após a colheita, a terra é preparada novamente para uma nova semeadura, pois durante a última colheita a planta foi com¬pletamente extraída. Assim, são consideradas lavouras para cul¬turas de curta duração (geralmente inferiores a um ano).
Em 2006, no município de Botucatu, os seguintes pro¬dutos foram gerados por esse tipo de lavoura:
Dentre os produtos originados da lavoura temporária, a cana-de-açúcar e o milho são, sem dúvida, os mais expressivos em área, com cerca de 7.034 ha e 3.750 ha, respectivamen¬te, de área plantada em 2006. Entretanto, a maior rentabilidade da cana-de-açúcar está entre as lavouras temporárias no município, onde ocupa o equivalente a 61 % das áreas.
Entretanto, é preocupante o avanço da cana-de-açúcar no município no que se refere ao meio ambiente. Ao mesmo tempo que nos últimos anos a cana-de-açúcar vem se tornando uma alternativa viável como biocombustível para substituir o combustível fóssil (derivados do petróleo) e assim amenizar a poluição atmosférica, esse cultivo também gera o aumento dos desmatamentos florestais, pois os proprietários rurais ampliam perigosamente a expansão canavieira, ameaçando o ecossistema local.
PECUÁRIA E SILVICULTURA
As áreas destinadas à pecuária são significativas no município de Botucatu. Em 1999, contabilizou-se 25% do território botucatuense destinados a essa atividade.
A silvicultura, principalmente através do plantio do pínus e do eucalipto, tem grande valor econômico para o município de Botucatu. As áreas constantemente reflorestadas fornecem a matéria-prima necessária às indústrias de beneficiamento de madeira e produtos derivados (aglomerados e compensados). A silvicultura gera empregos e contribui para o desenvolvimento econômico e social botucatuense.
Fonte: ATLAS ESCOLAR HISTÓRICO E GEOGRÁFICO - Ferreira-Cesar Cunha (ed. 2009)
Destaca-se no município de Botucatu a produção de nja e da cana-de-açúcar.
A produção agrícola do município pode ser dividida em s categorias de culturas:
- lavoura permanente;
- lavoura temporária;
Lavoura permanente:
Refere-se ao cultivo agrícola de longa duração, ou seja, s a colheita, não é feito novo plantio (semeadura), garan¬o a permanência da planta, bem como da colheita, por vários anos consecutivos.
Em Botucatu ganha destaque a cicricultura (principalmente laranja). O município possui 10.711 ha de área utilizados pela lavoura permanente, dos quais 79% são voltados a produção de laranja.
A laranja é hoje a produção agrícola mais rentável da cidade. Em 2006, o valor da produção de laranja em Botucatu foi de R$ 46.910.000,00 (46,91 milhões de reais), colocando a citricultura botucatuense em evidência e Botucatu entre os maiores produtores de laranja do Estado de São Paulo.
Lavoura Temporária
São áreas voltadas para o cultivo de produtos agrícolas nas quais, após a colheita, a terra é preparada novamente para uma nova semeadura, pois durante a última colheita a planta foi com¬pletamente extraída. Assim, são consideradas lavouras para cul¬turas de curta duração (geralmente inferiores a um ano).
Em 2006, no município de Botucatu, os seguintes pro¬dutos foram gerados por esse tipo de lavoura:
Dentre os produtos originados da lavoura temporária, a cana-de-açúcar e o milho são, sem dúvida, os mais expressivos em área, com cerca de 7.034 ha e 3.750 ha, respectivamen¬te, de área plantada em 2006. Entretanto, a maior rentabilidade da cana-de-açúcar está entre as lavouras temporárias no município, onde ocupa o equivalente a 61 % das áreas.
Entretanto, é preocupante o avanço da cana-de-açúcar no município no que se refere ao meio ambiente. Ao mesmo tempo que nos últimos anos a cana-de-açúcar vem se tornando uma alternativa viável como biocombustível para substituir o combustível fóssil (derivados do petróleo) e assim amenizar a poluição atmosférica, esse cultivo também gera o aumento dos desmatamentos florestais, pois os proprietários rurais ampliam perigosamente a expansão canavieira, ameaçando o ecossistema local.
PECUÁRIA E SILVICULTURA
As áreas destinadas à pecuária são significativas no município de Botucatu. Em 1999, contabilizou-se 25% do território botucatuense destinados a essa atividade.
A silvicultura, principalmente através do plantio do pínus e do eucalipto, tem grande valor econômico para o município de Botucatu. As áreas constantemente reflorestadas fornecem a matéria-prima necessária às indústrias de beneficiamento de madeira e produtos derivados (aglomerados e compensados). A silvicultura gera empregos e contribui para o desenvolvimento econômico e social botucatuense.
Fonte: ATLAS ESCOLAR HISTÓRICO E GEOGRÁFICO - Ferreira-Cesar Cunha (ed. 2009)
Aspectos ambientais
ASPECTOS AMBIENTAIS
A cobertura vegetal tem grande influência nos processos hidrológicos e pedológicos, servindo de pi teção ao solo contra a erosão e garantindo boa qualidade e armazenamento natural da água no subso Desta forma, a floresta nativa tem papel preponderante na garantia da qualidade ambiental. Vimos nas p ginas 53 a 55 que os estudos e mapas de uso e ocupação do solo são ferramentas importantes para q possamos planejar ações que conservem nossas matas ciliares e remanescentes de vegetação natu Nestas mesmas páginas vimos que há um avanço significativo da silvicultura e agricultura sobre o muni, pio de Botucatu, sendo que a atividade agrícola, se mal conduzida, pode trazer problemas ambientais cor a erosão (ver p. 24), a contaminação da água e do solo por meio do mau uso dos agrotóxicos e a polulQ atmosférica quando da queimada de limpeza e preparação para o plantio da cana-de-açúcar.
ATERRO SANITÁRIO
Localizado na Rodovia Eduardo Zucari, km 2,5, no interior da sub-bacia hidrográfica do Ribeirão Pinheiro, o Aterro Sanitário Municipal de Botucatu recebe hoje cerca de 85 toneladas de resíduos sólidos urbanos (lixo) por dia, provenientes das residências, estabelecimentos comerciais, podas e da limpeza urbana (varrição). Pesquisas apontam que 74% dos resíduos gerados pela população botucatuense são de origem Organica. Papel e papelão correspondem a 7,5%, plásticos 8,5%, metais 4%, vidro 2% e outros 4%.
Nos aterros sanitários o chorume (resíduo líquido de cor preta proveniente da decomposição (lixo orgânico) não consegue penetrar no solo, devido à impermeabilização que é executada no local de sua implantação, impedindo a contaminação das águas subterrâneas que escorrem até os rios e evitando, assim, diversas doenças, que podem ser transmitidas pela água contaminada.
TRATAMENTO DA ÁGUA
Em Botucatu, a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) e a Estação de Tratamento de Água (ETA) unI! responsabilidade da Companhia de Saneamento Básico do Estado São Paulo - Sabesp.
A ETA está localizada próxima ao aeroporto de Botucatu e produz cerca de 9 mil metros cúbicos (111 li potável por dia (9 milhões de litros de água) para 43.135 ligações de água no município.
Já a ETE de Botucatu localiza-se na Fazenda Lageado e tem a finalidade de tratar a água utilizada pela população antes de devolvê-Ia para o rio, ou seja, limpa a água de esgoto gerada pelo homem.
Entretanto, um fator preocupante no município de Botucatu é o desequilíbrio provocado pela captação de água no Rio Pardo, afluente do Paranapanema, e seu lançamento, depois de tratada, no Rio Lavapés, afluente do Tietê, ou seja, a água é retirada de uma bacia hidrográfica e, depois de usada, despejada em outra. Isso implica em delicados fatores amhlunl principalmente a perda de volume do Rio Pardo em até 50%. Do outro lado, acarreta o aumento de volume do Rio Lavapés após o Lageado, quando recebe esgoto da cidade.
Até 2006, cerca de 25% do esgoto encaminhado para a ETE ainda não estava ligado aos coletores troncos de esgoto da Sabesp, poluindo sobremaneira o Rio Lavapés, pois o esgoto era lançado diretamente no rio, sem tratamento adequado.
ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL
A Área de Proteção Ambiental (APA) Corumbataí-Botucatu-Tejupá foi criada pelo Decreto Estadual nº 20.960, de 8 de junho de 1983, e tem como finalidade proteger os recursos hídricos superficiais (principalmente os rios), o Aquífero Guarani, os elementos paisagísticos formados pelas Cu estas Basálticas, os morros-testemunho, o patrimônio arqueológico e os impllllltl resquícios da vegetação natural, principalmente o cerrado.
O município de Botucatu possui cerca de 26% de sua área (389 km2), no interior dessa APA.
Fonte: ATLAS ESCOLAR HISTÓRICO E GEOGRÁFICO - Ferreira-Cesar Cunha (ed. 2009)
A cobertura vegetal tem grande influência nos processos hidrológicos e pedológicos, servindo de pi teção ao solo contra a erosão e garantindo boa qualidade e armazenamento natural da água no subso Desta forma, a floresta nativa tem papel preponderante na garantia da qualidade ambiental. Vimos nas p ginas 53 a 55 que os estudos e mapas de uso e ocupação do solo são ferramentas importantes para q possamos planejar ações que conservem nossas matas ciliares e remanescentes de vegetação natu Nestas mesmas páginas vimos que há um avanço significativo da silvicultura e agricultura sobre o muni, pio de Botucatu, sendo que a atividade agrícola, se mal conduzida, pode trazer problemas ambientais cor a erosão (ver p. 24), a contaminação da água e do solo por meio do mau uso dos agrotóxicos e a polulQ atmosférica quando da queimada de limpeza e preparação para o plantio da cana-de-açúcar.
ATERRO SANITÁRIO
Localizado na Rodovia Eduardo Zucari, km 2,5, no interior da sub-bacia hidrográfica do Ribeirão Pinheiro, o Aterro Sanitário Municipal de Botucatu recebe hoje cerca de 85 toneladas de resíduos sólidos urbanos (lixo) por dia, provenientes das residências, estabelecimentos comerciais, podas e da limpeza urbana (varrição). Pesquisas apontam que 74% dos resíduos gerados pela população botucatuense são de origem Organica. Papel e papelão correspondem a 7,5%, plásticos 8,5%, metais 4%, vidro 2% e outros 4%.
Nos aterros sanitários o chorume (resíduo líquido de cor preta proveniente da decomposição (lixo orgânico) não consegue penetrar no solo, devido à impermeabilização que é executada no local de sua implantação, impedindo a contaminação das águas subterrâneas que escorrem até os rios e evitando, assim, diversas doenças, que podem ser transmitidas pela água contaminada.
TRATAMENTO DA ÁGUA
Em Botucatu, a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) e a Estação de Tratamento de Água (ETA) unI! responsabilidade da Companhia de Saneamento Básico do Estado São Paulo - Sabesp.
A ETA está localizada próxima ao aeroporto de Botucatu e produz cerca de 9 mil metros cúbicos (111 li potável por dia (9 milhões de litros de água) para 43.135 ligações de água no município.
Já a ETE de Botucatu localiza-se na Fazenda Lageado e tem a finalidade de tratar a água utilizada pela população antes de devolvê-Ia para o rio, ou seja, limpa a água de esgoto gerada pelo homem.
Entretanto, um fator preocupante no município de Botucatu é o desequilíbrio provocado pela captação de água no Rio Pardo, afluente do Paranapanema, e seu lançamento, depois de tratada, no Rio Lavapés, afluente do Tietê, ou seja, a água é retirada de uma bacia hidrográfica e, depois de usada, despejada em outra. Isso implica em delicados fatores amhlunl principalmente a perda de volume do Rio Pardo em até 50%. Do outro lado, acarreta o aumento de volume do Rio Lavapés após o Lageado, quando recebe esgoto da cidade.
Até 2006, cerca de 25% do esgoto encaminhado para a ETE ainda não estava ligado aos coletores troncos de esgoto da Sabesp, poluindo sobremaneira o Rio Lavapés, pois o esgoto era lançado diretamente no rio, sem tratamento adequado.
ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL
A Área de Proteção Ambiental (APA) Corumbataí-Botucatu-Tejupá foi criada pelo Decreto Estadual nº 20.960, de 8 de junho de 1983, e tem como finalidade proteger os recursos hídricos superficiais (principalmente os rios), o Aquífero Guarani, os elementos paisagísticos formados pelas Cu estas Basálticas, os morros-testemunho, o patrimônio arqueológico e os impllllltl resquícios da vegetação natural, principalmente o cerrado.
O município de Botucatu possui cerca de 26% de sua área (389 km2), no interior dessa APA.
Fonte: ATLAS ESCOLAR HISTÓRICO E GEOGRÁFICO - Ferreira-Cesar Cunha (ed. 2009)
Uso e ocupação do solo
USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
o uso e a ocupação do solo são determinados pelo conjunto das atividades e assentamentos de uma sociedade sobre o espaço (território). Pode-se considerar que o uso e a ocu¬pação do solo são a projeção da produção social no espaço geográfico. Entretanto, para evitar conflitos de interesses, que geralmente ocorrem entre os meios produtivos e a população, é necessária uma regulação espacial.
No âmbito municipal, o principal instrumento para estabelecer regras de regulação e con¬trole do espaço é a lei de zoneamento, ou leis de uso do solo, estabelecida no Plano Diretor do município.
O conhecimento do uso e da ocupação do solo, bem como da situação geográfica de uma determinada região, fornece elementos essenciais para o planejamento municipal. É por meio dessas informações que se estabelecerá uma política de preservação ambiental e de organização urbanística, e uma política habitacional e de desenvolvimento agropecuário, comercial e industrial, visando ao desenvolvimento econômico e social do município, com a finalidade de melhorar a qualidade de vida da população.
Uma das formas de entender o município de Botucatu é analisar a dinâmica do uso e da ocupação do solo. O mapa da página 53 permite observar que a silvicultura, principalmente de pínus e eucaliptos, recobre boa parte do território botucatuense, principalmente ao sul do município, na margem esquerda do Rio Pardo, o que se explica por sua importância econô¬mica (matéria-prima para indústria de beneficiamento de madeira e de fabricação de papel). Contudo, entre 1996 e 1999 observou-se uma redução da área em 5% em relação à área do município. Igualmente houve uma diminuição da área destinada à cultura canavieira, que se estende atualmente por poucas e pequenas áreas do município.
A pastagem é o elemento paisagístico predominante no município de Botucatu, cobrin¬do cerca de 50% do território em meados da década de 1990. O predomínio pecuário é notado pela presença de solos arenosos com baixa fertilidade (principalmente o argissolo); porém, com as novas técnicas no preparo do solo, associadas ao desenvolvimento de novos adubos e fertilizantes, a agricultura avança sobre as áreas de pastagens, restando hoje cerca de 25% da área do município destinados à pecuária.
Tanto a redução do pasto como das plantações de cana-de-açúcar estão relacionadas ao crescimento do plantio dos citrus (laranja e limão), devido a sua alta rentabilidade econômica.
Em relação à mata nativa, o que restou basicamente foram as matas ciliares (vegetação junto aos rios e córregos), porções isoladas (ilhas de florestas nativas) e poucas áreas contínuas, com maior concentração na frente da cuesta, onde o relevo acentuado dificulta o uso e a ocupação antrópica.
Para termos uma ideia melhor da dinâmica do uso e ocupação do solo em Botucatu analisaremos duas pequenas parcelas do município - representadas nos mapas das páginas 54 e 55 +, relativas a duas bacias hidrográficas do município.
Os mapas da página 54 retratam o uso e a ocupação do solo em 1972 e em 2000 na bacia hidrográfica do Ribeirão Faxinal. Com 51,7 km2 de área, nessa região observaram-se algumas modificações ao longo do período.
Quanto à vegetação natural, constatou-se que as florestas tropicais isoladas (ilhas de vegetação) e o cerrado diminuíram consideravelmente, porém houve um pequeno aumento da mata ciliar no mesmo período.
Na bacia hidrográfica do Ribeirão Faxinal a paisagem é dominada pelas pastagens.
O predomínio da pecuária manteve-se ao longo dos anos, com cerca de 60% da área destinados a essa atividade. Já o café, praticamente desapareceu na região.
As atividades que cresceram e tiveram destaque no local foram a silvicultura, principalmente com eucaliptos, e o cultivo de citrus (limão e laranja).
Os mapas desta página representam a bacia hidrográfica do Rio Capivara, com 222,18 km2 de área, onde podemos acompanhar as mudanças no uso e na ocupação do solo no período de 2000 a 2006.
Neste pertooo houve um rápido decréscimo das áreas de pastagens, de (50% para aproximadamente 40% da área total da bacia. A pecuária vem perdendo espaço devido ao expressivo avanço da citricultura e da silvicultura. Esta afirmação fica evidente no mapa, onde é possível observar que os outros elementos de uso e ocupação ficaram praticamente estabilizados em comparação com a diminuição da área pecuária e a expansão do cultivo da laranja.
Daí a importância do estudo da evolução do uso e da ocupação do solo, pois per¬mite observar as tendências econômicas e sociais sobre o espaço municipal, dando con¬dições para que o dirigente do município estabeleça regras e políticas públicas que incentivem o crescimento econômico em harmonia com o meio natural (desenvolvimen¬to sustentável).
No caso do município de Botucatu, devido a boa rentabilidade oferecida pela produção da laranja, SObrepondo ainda o cultivo do milho e da cana-de-açúcar (culturas ainda expres¬sivas na região), bem como o retorno econômico proporcionado pela silvicultura, a tradicio¬nal atividade pecuária perde espaço e aos poucos vem modificando a paisagem e o perfil socioeconômico e ambiental da cidade.
Fonte: ATLAS ESCOLAR HISTÓRICO E GEOGRÁFICO - Ferreira-Cesar Cunha (ed. 2009)
o uso e a ocupação do solo são determinados pelo conjunto das atividades e assentamentos de uma sociedade sobre o espaço (território). Pode-se considerar que o uso e a ocu¬pação do solo são a projeção da produção social no espaço geográfico. Entretanto, para evitar conflitos de interesses, que geralmente ocorrem entre os meios produtivos e a população, é necessária uma regulação espacial.
No âmbito municipal, o principal instrumento para estabelecer regras de regulação e con¬trole do espaço é a lei de zoneamento, ou leis de uso do solo, estabelecida no Plano Diretor do município.
O conhecimento do uso e da ocupação do solo, bem como da situação geográfica de uma determinada região, fornece elementos essenciais para o planejamento municipal. É por meio dessas informações que se estabelecerá uma política de preservação ambiental e de organização urbanística, e uma política habitacional e de desenvolvimento agropecuário, comercial e industrial, visando ao desenvolvimento econômico e social do município, com a finalidade de melhorar a qualidade de vida da população.
Uma das formas de entender o município de Botucatu é analisar a dinâmica do uso e da ocupação do solo. O mapa da página 53 permite observar que a silvicultura, principalmente de pínus e eucaliptos, recobre boa parte do território botucatuense, principalmente ao sul do município, na margem esquerda do Rio Pardo, o que se explica por sua importância econô¬mica (matéria-prima para indústria de beneficiamento de madeira e de fabricação de papel). Contudo, entre 1996 e 1999 observou-se uma redução da área em 5% em relação à área do município. Igualmente houve uma diminuição da área destinada à cultura canavieira, que se estende atualmente por poucas e pequenas áreas do município.
A pastagem é o elemento paisagístico predominante no município de Botucatu, cobrin¬do cerca de 50% do território em meados da década de 1990. O predomínio pecuário é notado pela presença de solos arenosos com baixa fertilidade (principalmente o argissolo); porém, com as novas técnicas no preparo do solo, associadas ao desenvolvimento de novos adubos e fertilizantes, a agricultura avança sobre as áreas de pastagens, restando hoje cerca de 25% da área do município destinados à pecuária.
Tanto a redução do pasto como das plantações de cana-de-açúcar estão relacionadas ao crescimento do plantio dos citrus (laranja e limão), devido a sua alta rentabilidade econômica.
Em relação à mata nativa, o que restou basicamente foram as matas ciliares (vegetação junto aos rios e córregos), porções isoladas (ilhas de florestas nativas) e poucas áreas contínuas, com maior concentração na frente da cuesta, onde o relevo acentuado dificulta o uso e a ocupação antrópica.
Para termos uma ideia melhor da dinâmica do uso e ocupação do solo em Botucatu analisaremos duas pequenas parcelas do município - representadas nos mapas das páginas 54 e 55 +, relativas a duas bacias hidrográficas do município.
Os mapas da página 54 retratam o uso e a ocupação do solo em 1972 e em 2000 na bacia hidrográfica do Ribeirão Faxinal. Com 51,7 km2 de área, nessa região observaram-se algumas modificações ao longo do período.
Quanto à vegetação natural, constatou-se que as florestas tropicais isoladas (ilhas de vegetação) e o cerrado diminuíram consideravelmente, porém houve um pequeno aumento da mata ciliar no mesmo período.
Na bacia hidrográfica do Ribeirão Faxinal a paisagem é dominada pelas pastagens.
O predomínio da pecuária manteve-se ao longo dos anos, com cerca de 60% da área destinados a essa atividade. Já o café, praticamente desapareceu na região.
As atividades que cresceram e tiveram destaque no local foram a silvicultura, principalmente com eucaliptos, e o cultivo de citrus (limão e laranja).
Os mapas desta página representam a bacia hidrográfica do Rio Capivara, com 222,18 km2 de área, onde podemos acompanhar as mudanças no uso e na ocupação do solo no período de 2000 a 2006.
Neste pertooo houve um rápido decréscimo das áreas de pastagens, de (50% para aproximadamente 40% da área total da bacia. A pecuária vem perdendo espaço devido ao expressivo avanço da citricultura e da silvicultura. Esta afirmação fica evidente no mapa, onde é possível observar que os outros elementos de uso e ocupação ficaram praticamente estabilizados em comparação com a diminuição da área pecuária e a expansão do cultivo da laranja.
Daí a importância do estudo da evolução do uso e da ocupação do solo, pois per¬mite observar as tendências econômicas e sociais sobre o espaço municipal, dando con¬dições para que o dirigente do município estabeleça regras e políticas públicas que incentivem o crescimento econômico em harmonia com o meio natural (desenvolvimen¬to sustentável).
No caso do município de Botucatu, devido a boa rentabilidade oferecida pela produção da laranja, SObrepondo ainda o cultivo do milho e da cana-de-açúcar (culturas ainda expres¬sivas na região), bem como o retorno econômico proporcionado pela silvicultura, a tradicio¬nal atividade pecuária perde espaço e aos poucos vem modificando a paisagem e o perfil socioeconômico e ambiental da cidade.
Fonte: ATLAS ESCOLAR HISTÓRICO E GEOGRÁFICO - Ferreira-Cesar Cunha (ed. 2009)
Hidrografia
HIDROGRAFIA
o Estado de São Paulo está dividido em três grandes bacias hidrográficas, bem delimitadas geograficamente: Bacia do Rio Paraná, Bacia Costeira do Sudeste e Bacia Costeira do Leste. En¬tretanto, pata um melhor gerenciamento, outra divisão foi adotada (ver p. 31), impulsionada pelo acirramento dos interesses, muitas vezes conflitantes, sobre o direito de uso, e pelo agravamento dos impactos ambientais sobre a água. O Estado de São Paulo, juntamente com os municípios e representantes da sociedade civil, criou o Conselho de Recursos Hídricos - CRH, com a finalidade de garantir: o uso racional da água (urbano, industrial e agrícola), a maior participação da socie¬dade nas decisões sobre os recursos hídricos, a prioridade da utilização da água pelas popula¬ções (água potável), bem como a otimização de obras e custos em prol da sociedade.
Para isso, houve a necessidade de subdividir as grandes bacias hidrográficas a fim de melhorar as tomadas de decisões regionais a respeito dos recursos hídricos. Essa compartimentação recebeu o nome de Unidades Hidrográficas de Gerenciamento dos Recur¬sos Hídricos - UGRHI, que são 22 no Estado de São Paulo.
O município de Botucatu está inserido em três UGRHls:
UGRHI-05 Piracicaba/Jundiaí/Gapivara: localizada no extremo norte do município, junto à Represa Barra Bonita.
UGRHI-l0 Tietê/Sorocaba: abrange praticamente metade do município (porção norte), entre a Represa Barra Bonita (Rio Tietê) e a Cuesta Basáltica (Serra Geral).
UGRHI-17 Médio Paranapanema: corresponde à Bacia Hidrográfica do Rio Pardo, que envolve toda a porção sul do município.
O município de Botucatu é drenado por duas bacias hidrográficas: do Rio Pardo, ao sul, e do Rio Tietê, ao norte. É importante lembrar que a foz do Rio Piracicaba, um dos principais afluentes do Rio Tietê, encontra-se também no município de Botucatu, ambos "mergulhados" (alagados e escondidos) na Represa Barra Bonita.
O RIO TIETÊ
O Rio Tietê, que banha as partes norte e oeste do município de Botucatu, é o mais importante curso d'água do Estado de São Paulo. Ele atravessa todo o território paulista, percorrendo-o de leste a oeste em uma das regiões mais ricas do hemisfério Sul. Sua nascente localiza-se na Serra do Mar, no município de Salesópolis, a 840 metros de altitude e a 22 quilômetros do Oceano Atlântico, e sua foz encontra-se no Rio Paraná, junto ao município de Itapura, na divisa com o Mato Grosso do Sul.
Seu comprimento total é de 1.100 quilômetros e o grande desnível de seu curso foi aproveitado para a construção de várias barragens, destinadas à produção de energia elétri¬ca que abastece grande parte do Estado de São Paulo. Mais recentemente, com a constru¬ção de várias eclusas, a vocação para navegação vem sendo resgatada, culminando na implantação da Hidrovia Tietê-Paraná.
Esse rio foi fundamental para a formação do território brasileiro, conforme cita o histo¬riador Oscar D'Ambrosio: "Com grande importância histórica como via de penetração do po¬voamento foi, durante muito tempo, a única estrada para o interior do Brasil, servindo de caminho para os bandeirantes, que o percorriam em busca de ouro, índios e novas terras".
Percorrem o município de Botucatu, em direção ao Rio Tietê (Represa Barra Bonita), ( seguintes cursos d'água: rios Lavapés, Capivara, Araquá, Alambari e inúmeros ribeirões córregos que compõem a imensa Bacia Hidrográfica do Rio Tietê.
RIOS, RIBEIRÕES E CÓRREGOS
São denominações dadas aos cursos d'água superficiais que serpenteiam o relevo à procura do melhor caminho, movidos pela força da gravidade do sentido da nascente (altitude elevada) para a foz (altitude mais baixa em relação à da nascente).
A classificação de um curso d'água obedece a uma hierarquia, dependendo do seu volume de água e, muitas vezes, do seu comprimento em relação a outro adjacente na mesma bacia hidrográfica.
O rio é sempre o corpo d'água principal, por ser mais expressivo em tama¬nho e volume, e tem como afluentes os ribeirões e córregos ou outros rios meno¬res que o principal. Por sua vez, os ribeirões têm como afluentes os córregos ou outro ribeirão menos expressivo que o primeiro. Os córregos têm como afluentes outros córregos menores. Salvo os erros de classificação, um rio nunca deságua em um ribeirão ou em um córrego, e um ribeirão jamais terá sua desembocadura em um córrego. O ribeirão pode ser chamado de riachão ou riacho grande, enquanto o córrego é comumente denominado de riacho.
Seguindo uma hierarquia, os corpos d'água menores (afluentes e subafluentes) desembocam em um corpo d'água mais expressivo.
A Serra de Botucatu faz parte de um sistema montanhoso deno¬minado Serra Geral, que separa as águas pluviais e fluviais que vão para o interior de duas importantes bacias hidrográficas do Estado de São Paulo. Na direção norte, a Ba¬cia Hidrográfica do Rio Tietê; ao sul, a Bacia Hidrográfica do Rio Pardo.
O RIO LAVAPÉS
o Rio Lavapés possui sua nascente ao sul da mancha urbana de Botucatu (ci corre em direção ao norte do município, atravessando a referida área urbana (local rm samente povoado), até "mergulhar" na encosta da Serra de Botucatu percorrendo suav após esta passagem, a planície aluvial do Rio Tietê até desaguar na Represa Barra B(
O Rio Lavapés ou Ribeirão Lavapés tem importância histórica devido a sua ui como referência geográfica para o povoamento de Botucatu. Nota-se que a cidade às margens deste curso d'água. Em pouco tempo tornou-se um dos eixos de urbaniz cidade.
Talvez o trecho mais bonito do Rio Lavapés seja quando ele se precipita ao" íngreme encosta da Serra de Botucatu em meio à mata galeria*. Ao longo de milh anos este rio vem entalhando no relevo de cuesta uma garganta (perceés), tal comi rios do município.
Quanto às questões ambientais, o Rio Lavapés merece atenção por dois motiv • O despejo de esgoto sanitário inviabiliza o uso da água no seu percurso e (para agravar a eutrofização* na Represa Barra Bonita;
• O uso de agrotóxicos nos canaviais pode contaminar este rio, agravando ainda os problemas ligados à qualidade da água e à manutenção da vida aquática
O RIO PARDO
A Bacia Hidrográfica do Rio Pardo ocupa uma área de aproximadamente 721 qullômetn quadrados. O Rio Pardo é um dos principais afluentes do Rio Paranapanema, com uma exter são total de cerca de 240 quilômetros de sua nascente, no município de Pardinho, até sua fo no Rio Paranapanema, município de Salto Grande, na divisa com o Estado do Paraná. Nes~ caminho, perfaz um curso de aproximadamente 40 quilômetros no município de Botucatu.
Da nascente à foz o Rio Pardo tem um desnível de aproximadamente 625 metros - SL nascente encontra-se a 1.003 metros de altitude; a desembocadura a 377 metros.
Corta o município de leste a oeste e compõe toda a bacia hidrográfica da porção sul ( município, fazendo a divisa natural entre Botucatu e os municípios de Avaré e Itatinga.
Suas cachoeiras são pontos turísticos muito procurados no município. A principal dei, é o Véu de Noiva. Além do turismo, o Rio Pardo tem grande importância na geração de ene gia elétrica e no abastecimento de água potável para a cidade de Botucatu.
Sem dúvida, Botucatu recebeu uma dádiva da natureza, pois é cercado por dois recu sos hídricos de grande importância para o Estado de São Paulo. Contudo, sua responsabilidac ambiental aumenta, uma vez que poucos municípios paulistas possuem esta condição ge( gráfica e tal oportunidade de aproveitamento hídrico.
O AQUÍFERO GUARANI
A região de Botucatu, devido às suas características geológicas, é reconhecida como importante área de recarga do lençol freático*. Tanto é verdade que nos últimos anos vem crescendo o estudo sobre o Aquífero Guarani (questão em que o município de Botucatu tem grande relevância), um reservatório de água subterrâneo que garantirá a água de qualidade às futuras gerações.
O Aquífero Guarani é o maior manancial* de. água doce subterrânea do mundo, localizado sob os territórios do Brasil, Paraguai e Uruguai. Calcula-se que o volume de água existente nesse imenso lençol freático abasteceria atualmente o dobro da população brasileira.
Cerca de dois terços da área total do aquífero encontram-se sob solo brasileiro, abrangendo os Estados de Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
O nome dado ao aquífero homenageia o povo indígena da região. Antes, no Brasil, ele era chamado de Aquífero Botucatu. Esse reservatório gigante de água subterrânea (reserva permanente de cerca de 45 quilômetros cúbicos de água, com uma profundidade entre 800 e 1.500 metros) é protegido por uma manta de rocha vulcânica (basalto ígneo) e por sucessivas camadas superiores de sedimentos que filtram as águas pluviais e fluviais que escoam por esses solos por efeito da gravidacle.
Esta rocha formada por derrames de basalto ígneo, ocorridos nos períodos Triássico, Jurássico e Cretáceo (entre 200 e 132 milhões de anos, apro¬ximadamente), protege o aquífero da área mais superficial e porosa do solo, evitando a evapo¬ração e evapotranspiração da água nele contida.
O terreno botucatuense foi depositado em sucessivas camadas de arenito (rocha sedi¬mentar) intercaladas com derrames vulcânicos de basalto (rocha magmática). Nos locais onde a erosão expõe essas camadas (frontda cuesta), a infiltração de água pluvial e fluvial é facilitada pelas fissuras encontradas entre as camadas e pela boa permeabilidade do arenito. Desta for¬ma, o município de Botucatu, local de recarga natural de água devido ao afloramento dessas rochas intercaladas na superfície (borda da for¬mação basáltica-arenítica - front da cuesta) permite a infiltração da água das chuvas e das águas superficiais, abastecendo, assim, esse imenso reservatório subterrâneo de água, o Aquífero Guarani.
Percebe-se, desta forma, a importância (los municípios que se encontram em área de recarga do Aquífero Guarani. Porém, também é nesses locais (áreas 110 reposição e captação de água) que pode ocorrer a contaminação do Aquífero Guarani pela ação dos agrotóxicos (l, certamente, no futuro, esses locais deverão ser muito mais restritivos a culturas agrícolas que os utilizam.
É considerado um recurso natural importante, pois suas águas são de boa qualidade para o consumo humano 11 podem suprir o crescimento populacional em franco andamento sobre o aquífero. No entanto, esse crescimento demográfico promove riscos relacionados ao consumo e à poluição gerada pela própria população e por suas atividades econômicas.
Fonte: ATLAS ESCOLAR HISTÓRICO E GEOGRÁFICO - Ferreira-Cesar Cunha (ed. 2009)
o Estado de São Paulo está dividido em três grandes bacias hidrográficas, bem delimitadas geograficamente: Bacia do Rio Paraná, Bacia Costeira do Sudeste e Bacia Costeira do Leste. En¬tretanto, pata um melhor gerenciamento, outra divisão foi adotada (ver p. 31), impulsionada pelo acirramento dos interesses, muitas vezes conflitantes, sobre o direito de uso, e pelo agravamento dos impactos ambientais sobre a água. O Estado de São Paulo, juntamente com os municípios e representantes da sociedade civil, criou o Conselho de Recursos Hídricos - CRH, com a finalidade de garantir: o uso racional da água (urbano, industrial e agrícola), a maior participação da socie¬dade nas decisões sobre os recursos hídricos, a prioridade da utilização da água pelas popula¬ções (água potável), bem como a otimização de obras e custos em prol da sociedade.
Para isso, houve a necessidade de subdividir as grandes bacias hidrográficas a fim de melhorar as tomadas de decisões regionais a respeito dos recursos hídricos. Essa compartimentação recebeu o nome de Unidades Hidrográficas de Gerenciamento dos Recur¬sos Hídricos - UGRHI, que são 22 no Estado de São Paulo.
O município de Botucatu está inserido em três UGRHls:
UGRHI-05 Piracicaba/Jundiaí/Gapivara: localizada no extremo norte do município, junto à Represa Barra Bonita.
UGRHI-l0 Tietê/Sorocaba: abrange praticamente metade do município (porção norte), entre a Represa Barra Bonita (Rio Tietê) e a Cuesta Basáltica (Serra Geral).
UGRHI-17 Médio Paranapanema: corresponde à Bacia Hidrográfica do Rio Pardo, que envolve toda a porção sul do município.
O município de Botucatu é drenado por duas bacias hidrográficas: do Rio Pardo, ao sul, e do Rio Tietê, ao norte. É importante lembrar que a foz do Rio Piracicaba, um dos principais afluentes do Rio Tietê, encontra-se também no município de Botucatu, ambos "mergulhados" (alagados e escondidos) na Represa Barra Bonita.
O RIO TIETÊ
O Rio Tietê, que banha as partes norte e oeste do município de Botucatu, é o mais importante curso d'água do Estado de São Paulo. Ele atravessa todo o território paulista, percorrendo-o de leste a oeste em uma das regiões mais ricas do hemisfério Sul. Sua nascente localiza-se na Serra do Mar, no município de Salesópolis, a 840 metros de altitude e a 22 quilômetros do Oceano Atlântico, e sua foz encontra-se no Rio Paraná, junto ao município de Itapura, na divisa com o Mato Grosso do Sul.
Seu comprimento total é de 1.100 quilômetros e o grande desnível de seu curso foi aproveitado para a construção de várias barragens, destinadas à produção de energia elétri¬ca que abastece grande parte do Estado de São Paulo. Mais recentemente, com a constru¬ção de várias eclusas, a vocação para navegação vem sendo resgatada, culminando na implantação da Hidrovia Tietê-Paraná.
Esse rio foi fundamental para a formação do território brasileiro, conforme cita o histo¬riador Oscar D'Ambrosio: "Com grande importância histórica como via de penetração do po¬voamento foi, durante muito tempo, a única estrada para o interior do Brasil, servindo de caminho para os bandeirantes, que o percorriam em busca de ouro, índios e novas terras".
Percorrem o município de Botucatu, em direção ao Rio Tietê (Represa Barra Bonita), ( seguintes cursos d'água: rios Lavapés, Capivara, Araquá, Alambari e inúmeros ribeirões córregos que compõem a imensa Bacia Hidrográfica do Rio Tietê.
RIOS, RIBEIRÕES E CÓRREGOS
São denominações dadas aos cursos d'água superficiais que serpenteiam o relevo à procura do melhor caminho, movidos pela força da gravidade do sentido da nascente (altitude elevada) para a foz (altitude mais baixa em relação à da nascente).
A classificação de um curso d'água obedece a uma hierarquia, dependendo do seu volume de água e, muitas vezes, do seu comprimento em relação a outro adjacente na mesma bacia hidrográfica.
O rio é sempre o corpo d'água principal, por ser mais expressivo em tama¬nho e volume, e tem como afluentes os ribeirões e córregos ou outros rios meno¬res que o principal. Por sua vez, os ribeirões têm como afluentes os córregos ou outro ribeirão menos expressivo que o primeiro. Os córregos têm como afluentes outros córregos menores. Salvo os erros de classificação, um rio nunca deságua em um ribeirão ou em um córrego, e um ribeirão jamais terá sua desembocadura em um córrego. O ribeirão pode ser chamado de riachão ou riacho grande, enquanto o córrego é comumente denominado de riacho.
Seguindo uma hierarquia, os corpos d'água menores (afluentes e subafluentes) desembocam em um corpo d'água mais expressivo.
A Serra de Botucatu faz parte de um sistema montanhoso deno¬minado Serra Geral, que separa as águas pluviais e fluviais que vão para o interior de duas importantes bacias hidrográficas do Estado de São Paulo. Na direção norte, a Ba¬cia Hidrográfica do Rio Tietê; ao sul, a Bacia Hidrográfica do Rio Pardo.
O RIO LAVAPÉS
o Rio Lavapés possui sua nascente ao sul da mancha urbana de Botucatu (ci corre em direção ao norte do município, atravessando a referida área urbana (local rm samente povoado), até "mergulhar" na encosta da Serra de Botucatu percorrendo suav após esta passagem, a planície aluvial do Rio Tietê até desaguar na Represa Barra B(
O Rio Lavapés ou Ribeirão Lavapés tem importância histórica devido a sua ui como referência geográfica para o povoamento de Botucatu. Nota-se que a cidade às margens deste curso d'água. Em pouco tempo tornou-se um dos eixos de urbaniz cidade.
Talvez o trecho mais bonito do Rio Lavapés seja quando ele se precipita ao" íngreme encosta da Serra de Botucatu em meio à mata galeria*. Ao longo de milh anos este rio vem entalhando no relevo de cuesta uma garganta (perceés), tal comi rios do município.
Quanto às questões ambientais, o Rio Lavapés merece atenção por dois motiv • O despejo de esgoto sanitário inviabiliza o uso da água no seu percurso e (para agravar a eutrofização* na Represa Barra Bonita;
• O uso de agrotóxicos nos canaviais pode contaminar este rio, agravando ainda os problemas ligados à qualidade da água e à manutenção da vida aquática
O RIO PARDO
A Bacia Hidrográfica do Rio Pardo ocupa uma área de aproximadamente 721 qullômetn quadrados. O Rio Pardo é um dos principais afluentes do Rio Paranapanema, com uma exter são total de cerca de 240 quilômetros de sua nascente, no município de Pardinho, até sua fo no Rio Paranapanema, município de Salto Grande, na divisa com o Estado do Paraná. Nes~ caminho, perfaz um curso de aproximadamente 40 quilômetros no município de Botucatu.
Da nascente à foz o Rio Pardo tem um desnível de aproximadamente 625 metros - SL nascente encontra-se a 1.003 metros de altitude; a desembocadura a 377 metros.
Corta o município de leste a oeste e compõe toda a bacia hidrográfica da porção sul ( município, fazendo a divisa natural entre Botucatu e os municípios de Avaré e Itatinga.
Suas cachoeiras são pontos turísticos muito procurados no município. A principal dei, é o Véu de Noiva. Além do turismo, o Rio Pardo tem grande importância na geração de ene gia elétrica e no abastecimento de água potável para a cidade de Botucatu.
Sem dúvida, Botucatu recebeu uma dádiva da natureza, pois é cercado por dois recu sos hídricos de grande importância para o Estado de São Paulo. Contudo, sua responsabilidac ambiental aumenta, uma vez que poucos municípios paulistas possuem esta condição ge( gráfica e tal oportunidade de aproveitamento hídrico.
O AQUÍFERO GUARANI
A região de Botucatu, devido às suas características geológicas, é reconhecida como importante área de recarga do lençol freático*. Tanto é verdade que nos últimos anos vem crescendo o estudo sobre o Aquífero Guarani (questão em que o município de Botucatu tem grande relevância), um reservatório de água subterrâneo que garantirá a água de qualidade às futuras gerações.
O Aquífero Guarani é o maior manancial* de. água doce subterrânea do mundo, localizado sob os territórios do Brasil, Paraguai e Uruguai. Calcula-se que o volume de água existente nesse imenso lençol freático abasteceria atualmente o dobro da população brasileira.
Cerca de dois terços da área total do aquífero encontram-se sob solo brasileiro, abrangendo os Estados de Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
O nome dado ao aquífero homenageia o povo indígena da região. Antes, no Brasil, ele era chamado de Aquífero Botucatu. Esse reservatório gigante de água subterrânea (reserva permanente de cerca de 45 quilômetros cúbicos de água, com uma profundidade entre 800 e 1.500 metros) é protegido por uma manta de rocha vulcânica (basalto ígneo) e por sucessivas camadas superiores de sedimentos que filtram as águas pluviais e fluviais que escoam por esses solos por efeito da gravidacle.
Esta rocha formada por derrames de basalto ígneo, ocorridos nos períodos Triássico, Jurássico e Cretáceo (entre 200 e 132 milhões de anos, apro¬ximadamente), protege o aquífero da área mais superficial e porosa do solo, evitando a evapo¬ração e evapotranspiração da água nele contida.
O terreno botucatuense foi depositado em sucessivas camadas de arenito (rocha sedi¬mentar) intercaladas com derrames vulcânicos de basalto (rocha magmática). Nos locais onde a erosão expõe essas camadas (frontda cuesta), a infiltração de água pluvial e fluvial é facilitada pelas fissuras encontradas entre as camadas e pela boa permeabilidade do arenito. Desta for¬ma, o município de Botucatu, local de recarga natural de água devido ao afloramento dessas rochas intercaladas na superfície (borda da for¬mação basáltica-arenítica - front da cuesta) permite a infiltração da água das chuvas e das águas superficiais, abastecendo, assim, esse imenso reservatório subterrâneo de água, o Aquífero Guarani.
Percebe-se, desta forma, a importância (los municípios que se encontram em área de recarga do Aquífero Guarani. Porém, também é nesses locais (áreas 110 reposição e captação de água) que pode ocorrer a contaminação do Aquífero Guarani pela ação dos agrotóxicos (l, certamente, no futuro, esses locais deverão ser muito mais restritivos a culturas agrícolas que os utilizam.
É considerado um recurso natural importante, pois suas águas são de boa qualidade para o consumo humano 11 podem suprir o crescimento populacional em franco andamento sobre o aquífero. No entanto, esse crescimento demográfico promove riscos relacionados ao consumo e à poluição gerada pela própria população e por suas atividades econômicas.
Fonte: ATLAS ESCOLAR HISTÓRICO E GEOGRÁFICO - Ferreira-Cesar Cunha (ed. 2009)
Vegetação
VEGETAÇÃO
O Estado de São Paulo estava recoberto quase em sua totalidade pela Mata Atlântica, floresta tropical úmida considerada um dos maiores patrimônios nacionais em virtude de sua importância ambiental e social.
Com exceção do cerrado (savana braslleira), as vegetações listadas a seguir compõem o bioma* Mata Atlântica:
Savana: vegetação comumente chamada no Brasil de Cerrado, composta de árvores e arbustos ressequidos associados a uma vegetação baixa e inferior (gramíneas). As espécies arbustivas possuem troncos retorcidos, caule grosso e casca espessa. A paisagem vegetal "aberta" facilita a locomoção entre seus componentes vegetais e rasteiros, permitindo a prática da pecuária extensiva.
Floresta Estacionai Semidecidual: Floresta Tropical, com características peculiares causadas pela forte influência do regime pluvial, ou seja, sujeita a duas estações: uma chuvosa e outra seca. Permite variações de algumas espécies mais resistentes ao período de secas. Parte da vegetação perde as folhas durante esse período.
Floresta Ombrófila* Densa: também conhecida como Floresta Latifoliada* Tropical Úmi¬
da de Encosta (recebe chuva o ano inteiro), é a vegetação que mais caracteriza a Mata Atlân¬tica. Trata-se de um ecossistema exuberante, de vegetação densa e rica biodiversidade. Sua existência está relacionada ao relevo e à umi¬dade proveniente do Oceano Atlântico.
Floresta Omllrófila Mista: tem características semelhantes às da Floresta Ombrófila Densa, porém, neste caso, sofre a influência do clima subtropical (frio), oriundo do Sul do País, e da baixa temperatura, característica das elevadas altitudes da Serra da Mantiqueira. Nesses locais, verifica-se a presença de araucárias típicas da Mata dos Pinhais, concentradas sobremaneira no Estado do Paraná.
Vegetação Litorânea: composta por mangues e restingas. O mangue, vegetação típica dos litorais tropicais, desenvolve-se so¬bre terreno lodoso em áreas de inundação cíclica das marés. São vegetais halófitos (de ambiente salino). A mata de restinga ocorre na planície costeira, em terreno arenoso, inician¬do na praia e dunas (vegetação rasteira e arbustiva) e adentrando a planície, onde se formam grandes florestas de restingas. Ambos - mangue e restinga - compõem o bioma Mata Atlântica.
Área de Tensão Ecológica: área de en¬contro entre dois tipos de vegetação conviven¬do no mesmo espaço. Isso dificulta sua classificação, pois verifica-se a existência de espécies de dois ecossistemas ou mais, ou até
espécies endêmicas. Podem também ser cha¬madas de áreas de transição ou ecótonos.
COBERTURA VEGETAL ORIGINAL DO MUNiCíPIO DE BOTUCATU
Em relação à distribuição da vegetação do Estado de São Paulo, o território de Botucatu está sob o domínio predominante do Cerrado (savana brasileira), pressionado pela Floresta Estacionai Semidecidual.
Entretanto, essas áreas de contato entre as vegetações (Cerrado e Floresta Estacionai Semidecidual) também formam linhas ou áreas de tensão ecológica impor¬tantes, caracterizadas, no caso de Botucatu, pelo relevo de Cuesta, que influencia na disposição e seleção das espécies da flora existente no local (altitude, inclinação do terreno, solo, entre outros).
Fonte: ATLAS ESCOLAR HISTÓRICO E GEOGRÁFICO - Ferreira-Cesar Cunha (ed. 2009)
O Estado de São Paulo estava recoberto quase em sua totalidade pela Mata Atlântica, floresta tropical úmida considerada um dos maiores patrimônios nacionais em virtude de sua importância ambiental e social.
Com exceção do cerrado (savana braslleira), as vegetações listadas a seguir compõem o bioma* Mata Atlântica:
Savana: vegetação comumente chamada no Brasil de Cerrado, composta de árvores e arbustos ressequidos associados a uma vegetação baixa e inferior (gramíneas). As espécies arbustivas possuem troncos retorcidos, caule grosso e casca espessa. A paisagem vegetal "aberta" facilita a locomoção entre seus componentes vegetais e rasteiros, permitindo a prática da pecuária extensiva.
Floresta Estacionai Semidecidual: Floresta Tropical, com características peculiares causadas pela forte influência do regime pluvial, ou seja, sujeita a duas estações: uma chuvosa e outra seca. Permite variações de algumas espécies mais resistentes ao período de secas. Parte da vegetação perde as folhas durante esse período.
Floresta Ombrófila* Densa: também conhecida como Floresta Latifoliada* Tropical Úmi¬
da de Encosta (recebe chuva o ano inteiro), é a vegetação que mais caracteriza a Mata Atlân¬tica. Trata-se de um ecossistema exuberante, de vegetação densa e rica biodiversidade. Sua existência está relacionada ao relevo e à umi¬dade proveniente do Oceano Atlântico.
Floresta Omllrófila Mista: tem características semelhantes às da Floresta Ombrófila Densa, porém, neste caso, sofre a influência do clima subtropical (frio), oriundo do Sul do País, e da baixa temperatura, característica das elevadas altitudes da Serra da Mantiqueira. Nesses locais, verifica-se a presença de araucárias típicas da Mata dos Pinhais, concentradas sobremaneira no Estado do Paraná.
Vegetação Litorânea: composta por mangues e restingas. O mangue, vegetação típica dos litorais tropicais, desenvolve-se so¬bre terreno lodoso em áreas de inundação cíclica das marés. São vegetais halófitos (de ambiente salino). A mata de restinga ocorre na planície costeira, em terreno arenoso, inician¬do na praia e dunas (vegetação rasteira e arbustiva) e adentrando a planície, onde se formam grandes florestas de restingas. Ambos - mangue e restinga - compõem o bioma Mata Atlântica.
Área de Tensão Ecológica: área de en¬contro entre dois tipos de vegetação conviven¬do no mesmo espaço. Isso dificulta sua classificação, pois verifica-se a existência de espécies de dois ecossistemas ou mais, ou até
espécies endêmicas. Podem também ser cha¬madas de áreas de transição ou ecótonos.
COBERTURA VEGETAL ORIGINAL DO MUNiCíPIO DE BOTUCATU
Em relação à distribuição da vegetação do Estado de São Paulo, o território de Botucatu está sob o domínio predominante do Cerrado (savana brasileira), pressionado pela Floresta Estacionai Semidecidual.
Entretanto, essas áreas de contato entre as vegetações (Cerrado e Floresta Estacionai Semidecidual) também formam linhas ou áreas de tensão ecológica impor¬tantes, caracterizadas, no caso de Botucatu, pelo relevo de Cuesta, que influencia na disposição e seleção das espécies da flora existente no local (altitude, inclinação do terreno, solo, entre outros).
Fonte: ATLAS ESCOLAR HISTÓRICO E GEOGRÁFICO - Ferreira-Cesar Cunha (ed. 2009)
Clima
CLIMA
Existem várias formas para se caracterizar o clima de uma região. No Brasil, as mais dl'fundidas são as classificações climáticas de Kõeppen" e de Lísia Bernardes*.
Segundo a classificação climática de Kôeppen, baseada em dados mensais pluviométricos (l termométricos, o tipo climático dominante no município de Botucatu é o Gwa, que abrange toda a parte central do Estado de São Paulo e é caracterizado por clima quente e úmido, com Inverno seco. A temperatura média do mês mais quente é superior aos 22°C.
Na classificação climática de Lísia Bernardes, o município de Botucatu enquadra-se no clima tropical, que "apresenta duas estações bem distintas: verão quente e chuvoso e inver- 110 seco".
As duas classificações são válidas e remetem à tropical idade do município, que se localiza sob o domínio da Zona Tropical (zona térmica da Terra localizada entre os dois trópicos, ele Câncer e de Capricórnio, também conhecida como zona intertropical).
Os meses de junho e julho correspondem ao perío¬do mais frio, quando a temperatura média é de 18 DC. No verão, a média é de 23,1 DC e a máxima está próxima dos 28°C (média máxima); no inverno, a média fica em tor¬no de 18 DC e a mínima atinge 13,3°C (média mínima). Nas áreas serranas de Botucatu, devido à diferença de al¬titude entre a Serra Geral e a baixada que corresponde à planície aluvial do Rio Tietê, a temperatura decresce en¬tre 2 °C e 3°C. A média de temperatura geral do muni¬cípio é de 20,5 oCo
No município chovem 1.358,6 mm/ano, com uma média de 113,2 mm/mês. As maiores precipitações pluviométricas (quantidade de Chuvas) ocorrem entre os meses de dezembro a fevereiro e correspondem a 45% do total anual (com destaque para dezembro, com 224 mm); já a estação seca ocorre entre os meses de junho a agosto, com apenas 132,5 mm em todo o perío¬do, correspondendo a 9,7% do total anual. O mês mais seco é junho, com média de 37,7 mm/mês.
A umidade relativa anual fica entre 70% e 75%. Po¬rém não é incomum que o índice diminua entre 20 e 30% no inverno, podendo alcançar excepcionalmente valores menores que 15%.
Outros fatores determinantes para a configuração do clima no município de Botucatu são:
Altitude: situado entre 450 e 900 metros acima do nível do mar, o município apresenta temperaturas mais amenas que as cidades litorâneas paulistas localizadas no nível do mar. A temperatura decai à medida que a altitude aumenta.
Latitude: o município de Botucatu, devido à sua latitude, 22°52'20"S, está inserido na zona térmica da Terra, convencionalmente classificada de Zona Tropical. Entretanto, por sua proximidade com o Trópico de Capricórnio (23°27'S), a pouco menos de 10 de latitude sul (um grau = 111 quilômetros), sofre influência do clima subtropical (Temperado), sobretudo nos meses de inverno, o que causa a queda da temperatura.
Continentalidade: fator climático de grande influência no clima botucatuense, característico também nas outras cidades situadas no interior paulista. É explicada por sua posição geográfica, distante do mar cerca de 250 quilômetros. Além de apresentar índices pluviométricos e umidade relativa do ar menor que os das cida¬des litorâneas, em Botucatu a amplitude térmica aumenta sensivelmente. Isso ocorre por conta da sequidão do ar (diferente do litoral, em que o ar é úmido), que dificulta a conservação da temperatura (a umidade do ar contribui para essa conservação), ocorrendo considerável oscilação térmica. Essa característica é responsável pela queda de temperatura observada no cair da noite em relação à temperatura diurna.
Massas de ar: contribuem na distribuição do regime de chuvas e na variação das temperaturas ao lon¬go do ano. Como ocorre em todo o Estado de São Paulo, a região de Botucatu está sob influência climática de diversas massas de ar, a saber: Tropical Atlântica (mTa - quente e úmida), que tem atuação mais destacada ao longo do ano; Tropical Continental (mTe - quente, seca e estável); Equatorial Continental (mEe - quente, úmida e instável) e Polar Atlântica (mPa - fria, úmida e instável), esta última responsável pelas quedas de teme peratura durante o inverno.
Fonte: ATLAS ESCOLAR HISTÓRICO E GEOGRÁFICO - Ferreira-Cesar Cunha (ed. 2009)
Existem várias formas para se caracterizar o clima de uma região. No Brasil, as mais dl'fundidas são as classificações climáticas de Kõeppen" e de Lísia Bernardes*.
Segundo a classificação climática de Kôeppen, baseada em dados mensais pluviométricos (l termométricos, o tipo climático dominante no município de Botucatu é o Gwa, que abrange toda a parte central do Estado de São Paulo e é caracterizado por clima quente e úmido, com Inverno seco. A temperatura média do mês mais quente é superior aos 22°C.
Na classificação climática de Lísia Bernardes, o município de Botucatu enquadra-se no clima tropical, que "apresenta duas estações bem distintas: verão quente e chuvoso e inver- 110 seco".
As duas classificações são válidas e remetem à tropical idade do município, que se localiza sob o domínio da Zona Tropical (zona térmica da Terra localizada entre os dois trópicos, ele Câncer e de Capricórnio, também conhecida como zona intertropical).
Os meses de junho e julho correspondem ao perío¬do mais frio, quando a temperatura média é de 18 DC. No verão, a média é de 23,1 DC e a máxima está próxima dos 28°C (média máxima); no inverno, a média fica em tor¬no de 18 DC e a mínima atinge 13,3°C (média mínima). Nas áreas serranas de Botucatu, devido à diferença de al¬titude entre a Serra Geral e a baixada que corresponde à planície aluvial do Rio Tietê, a temperatura decresce en¬tre 2 °C e 3°C. A média de temperatura geral do muni¬cípio é de 20,5 oCo
No município chovem 1.358,6 mm/ano, com uma média de 113,2 mm/mês. As maiores precipitações pluviométricas (quantidade de Chuvas) ocorrem entre os meses de dezembro a fevereiro e correspondem a 45% do total anual (com destaque para dezembro, com 224 mm); já a estação seca ocorre entre os meses de junho a agosto, com apenas 132,5 mm em todo o perío¬do, correspondendo a 9,7% do total anual. O mês mais seco é junho, com média de 37,7 mm/mês.
A umidade relativa anual fica entre 70% e 75%. Po¬rém não é incomum que o índice diminua entre 20 e 30% no inverno, podendo alcançar excepcionalmente valores menores que 15%.
Outros fatores determinantes para a configuração do clima no município de Botucatu são:
Altitude: situado entre 450 e 900 metros acima do nível do mar, o município apresenta temperaturas mais amenas que as cidades litorâneas paulistas localizadas no nível do mar. A temperatura decai à medida que a altitude aumenta.
Latitude: o município de Botucatu, devido à sua latitude, 22°52'20"S, está inserido na zona térmica da Terra, convencionalmente classificada de Zona Tropical. Entretanto, por sua proximidade com o Trópico de Capricórnio (23°27'S), a pouco menos de 10 de latitude sul (um grau = 111 quilômetros), sofre influência do clima subtropical (Temperado), sobretudo nos meses de inverno, o que causa a queda da temperatura.
Continentalidade: fator climático de grande influência no clima botucatuense, característico também nas outras cidades situadas no interior paulista. É explicada por sua posição geográfica, distante do mar cerca de 250 quilômetros. Além de apresentar índices pluviométricos e umidade relativa do ar menor que os das cida¬des litorâneas, em Botucatu a amplitude térmica aumenta sensivelmente. Isso ocorre por conta da sequidão do ar (diferente do litoral, em que o ar é úmido), que dificulta a conservação da temperatura (a umidade do ar contribui para essa conservação), ocorrendo considerável oscilação térmica. Essa característica é responsável pela queda de temperatura observada no cair da noite em relação à temperatura diurna.
Massas de ar: contribuem na distribuição do regime de chuvas e na variação das temperaturas ao lon¬go do ano. Como ocorre em todo o Estado de São Paulo, a região de Botucatu está sob influência climática de diversas massas de ar, a saber: Tropical Atlântica (mTa - quente e úmida), que tem atuação mais destacada ao longo do ano; Tropical Continental (mTe - quente, seca e estável); Equatorial Continental (mEe - quente, úmida e instável) e Polar Atlântica (mPa - fria, úmida e instável), esta última responsável pelas quedas de teme peratura durante o inverno.
Fonte: ATLAS ESCOLAR HISTÓRICO E GEOGRÁFICO - Ferreira-Cesar Cunha (ed. 2009)
Tipos de Solos
TIPOS DE SOLOS
O município de Botucatu apresenta grande diversidade de solos provenientes do processo de intemperismo* sofrido por várias rochas encontradas na região, principalmente o basalto* (rocha vulcânica derramada entre os períodos geológicos denominados Cretáceo e Jurássico).
LATOSSOLOS
Abrangem vários tipos de solos e sua fertilidade é bastante variada. São solos espessos, profundos (mais de 2 metros), porosos e lixiviados* (comum em áreas tropicais úmidas). A coloração vermelha ou amarelada é uma característica marcante. O solo conhecido como terra roxa é um dos exemplos de latossolo, rico em óxido de ferro e matéria orgânica for¬mada pela decomposição do basalto. A expansão cafeeira no Estado de São Paulo concentrou-se nas áreas de terra roxa. Por volta de 1860, o café predominou sobre a terra roxa da região de Botucatu. Hoje, as culturas da cana-de-açúcar, laranja e milho também se beneficiam desse solo, que é o predominante no município de Botucatu.
NITOSSOLOS
Apresentam-se bem evoluídos e fortemente estruturados (estrutura bem desenvolvida), são profundos e bem drenados e favorecem o armazenamento e a disponibilidade de água para as plantas em locais com boa precipitação pluviométrica. Porém, quando esses solos ocorrem em relevo ondulado, aumentam a erosividade. Sua textura é argilosa ou muito argilosa (teores de argila maiores que 350 g/kg de solo a partir do horizonte A - ver quadro ao lado). São comuns na região central do município, ao norte da principal mancha urbana de Botucatu, na área de transição entre a Depressão Periférica e o Planalto Ocidental, sobre o reverso da Cuesta Basáltica. Derivam diretamente da rocha basáltica da Formação Serra Geral. Por estarem associados ao latossolo-vermelho, os nitossolos também fazem parte do grupo denominado terra roxa, tendo boa fertilidade e sendo muito utilizados na agricultura.
ARGISSOLOS
São solos normalmente associados à vegetação de cerrado. Apresentam grande acúmulo de argilas e baixa fertilidade, ao contrário dos latossolos. Sua baixa ou muito baixa resistência à erosão preocupa técnicos e ambientalistas e os tornam alvo de projetos de reflorestamento. Por serem pouco férteis, predomina o uso pecuário. Com a criação de novas técnicas de correção do solo, como adubos e fertilizantes químicos, os argissolos também passaram a ser utilizados para a agricultura. Porém o uso indiscriminado dessas técnicas, acompanhado do uso de agrotóxicos, cria um problema ambiental relacionado à contaminação do solo e, por consequência, do lençol freático, que por sua vez levará os contaminantes químiccs para os rios e aquíferos da região. Os argissolos predominam na parte leste do município de Botucatu, com pequenas ocorrências nos extremos norte e sul.
Observação:
A existência dos vários horizontes citados acima dependerá das condições geo-ambientais do lugar, tal como, origem dos sedimentos, idade do solo, clima, vegetação, relevo e ainda a ação antrópica (alterações feitas pelo homem). O tipo, a profundidade e a quantidade de horizontes de um perfil de solo, bem como a formação e a evolução do solo são diferentes em cada região devido os fatores geo-ambientais.
EROSÃO DO SOLO
Erosão é um fenômeno natural de desagregação e retirada de partículas do solo ou de fragmentos de rocha por meio da ação combinada da gravidade com os agentes erosivos, que são: vento (erosão eólica), chuva (pluvial) e rios (fluvial), além do transporte deste particulado (solo) às áreas de sedimentação ou deposição.
Entretanto, esse processo natural é potencializado pela má intervenção do homem, que ainda se utiliza de técnicas agrícolas obsoletas (solo desprotegido e mal-arado) que expõem o solo, fazendo com que se perca durante as chuvas.
A erosão antrópica*, também conhecida por erosão acelerada, pode ocorrer de forma laminar (retirada homogênea do solo por camadas) ou linear. A erosão linear é observada por ocasião de chuvas torrenciais, quando a água, facilitada pela falta de vegetação, escava o solo, formando os primeiros sulcos. Quando esses sulcos aumentam em extensão, passam a ser chamados de ravinas. Se o processo de erosão não for interrompido, ocorrerá, a cada chuva, o aprofundamento dessas ravinas, que passarão a ser denominadas voçorocas, quando a perda de solo é significativa.
Infelizmente,o município de Botucatu, como muitos outros municípios do interior paulista, sofre com a erosão do solo. Segundo cálculos do Instituto Agronômico de Campinas - IAC, o Estado de São Paulo, no início da década de 1990, perdeu (desperdiçou) cerca de 194 mi¬lhões de toneladas de terras agricultáveis.
Para amenizar os efeitos da erosão e com isso reduzir sobremaneira a perda do solo, é necessário adotar formas de cultivo que inibam os processos erosivos, tais como:
• Plantio direto: consiste em plantar diretamente sobre os restos das plantas da colheita anterior.
• Afolhamento: empregam-se três áreas de cultivo; enquanto duas são utilizadas, a terceira descansa por dois anos até que recupere as propriedades naturais do solo.
• Rotação de culturas: consiste em variar o cultivo a cada ano (plantar a cada ano um produto agrícola diferente).
• Curvas de nível: cultivar em patamares, na forma de degraus. Isso obriga a água a escorrer pelo solo lentamente, diminuindo sensivelmente sua erosão.
Para diminuir os efeitos da erosão eólica deve-se arborizar o entorno do cultivo, para que funcione como um quebra-vento, impedindo a erosão laminar do solo.
Contra a erosão linear (sulcos, ravinas e voçorocas) deve-se construir barreiras de pedra ou de madeira no fundo do buraco escavado. Durante as chuvas, o material erodido (particulado de solo) ficará retido, acumulando-se cada vez mais e impedindo sua perda.
Fonte: ATLAS ESCOLAR HISTÓRICO E GEOGRÁFICO - Ferreira-Cesar Cunha (ed. 2009)
O município de Botucatu apresenta grande diversidade de solos provenientes do processo de intemperismo* sofrido por várias rochas encontradas na região, principalmente o basalto* (rocha vulcânica derramada entre os períodos geológicos denominados Cretáceo e Jurássico).
LATOSSOLOS
Abrangem vários tipos de solos e sua fertilidade é bastante variada. São solos espessos, profundos (mais de 2 metros), porosos e lixiviados* (comum em áreas tropicais úmidas). A coloração vermelha ou amarelada é uma característica marcante. O solo conhecido como terra roxa é um dos exemplos de latossolo, rico em óxido de ferro e matéria orgânica for¬mada pela decomposição do basalto. A expansão cafeeira no Estado de São Paulo concentrou-se nas áreas de terra roxa. Por volta de 1860, o café predominou sobre a terra roxa da região de Botucatu. Hoje, as culturas da cana-de-açúcar, laranja e milho também se beneficiam desse solo, que é o predominante no município de Botucatu.
NITOSSOLOS
Apresentam-se bem evoluídos e fortemente estruturados (estrutura bem desenvolvida), são profundos e bem drenados e favorecem o armazenamento e a disponibilidade de água para as plantas em locais com boa precipitação pluviométrica. Porém, quando esses solos ocorrem em relevo ondulado, aumentam a erosividade. Sua textura é argilosa ou muito argilosa (teores de argila maiores que 350 g/kg de solo a partir do horizonte A - ver quadro ao lado). São comuns na região central do município, ao norte da principal mancha urbana de Botucatu, na área de transição entre a Depressão Periférica e o Planalto Ocidental, sobre o reverso da Cuesta Basáltica. Derivam diretamente da rocha basáltica da Formação Serra Geral. Por estarem associados ao latossolo-vermelho, os nitossolos também fazem parte do grupo denominado terra roxa, tendo boa fertilidade e sendo muito utilizados na agricultura.
ARGISSOLOS
São solos normalmente associados à vegetação de cerrado. Apresentam grande acúmulo de argilas e baixa fertilidade, ao contrário dos latossolos. Sua baixa ou muito baixa resistência à erosão preocupa técnicos e ambientalistas e os tornam alvo de projetos de reflorestamento. Por serem pouco férteis, predomina o uso pecuário. Com a criação de novas técnicas de correção do solo, como adubos e fertilizantes químicos, os argissolos também passaram a ser utilizados para a agricultura. Porém o uso indiscriminado dessas técnicas, acompanhado do uso de agrotóxicos, cria um problema ambiental relacionado à contaminação do solo e, por consequência, do lençol freático, que por sua vez levará os contaminantes químiccs para os rios e aquíferos da região. Os argissolos predominam na parte leste do município de Botucatu, com pequenas ocorrências nos extremos norte e sul.
Observação:
A existência dos vários horizontes citados acima dependerá das condições geo-ambientais do lugar, tal como, origem dos sedimentos, idade do solo, clima, vegetação, relevo e ainda a ação antrópica (alterações feitas pelo homem). O tipo, a profundidade e a quantidade de horizontes de um perfil de solo, bem como a formação e a evolução do solo são diferentes em cada região devido os fatores geo-ambientais.
EROSÃO DO SOLO
Erosão é um fenômeno natural de desagregação e retirada de partículas do solo ou de fragmentos de rocha por meio da ação combinada da gravidade com os agentes erosivos, que são: vento (erosão eólica), chuva (pluvial) e rios (fluvial), além do transporte deste particulado (solo) às áreas de sedimentação ou deposição.
Entretanto, esse processo natural é potencializado pela má intervenção do homem, que ainda se utiliza de técnicas agrícolas obsoletas (solo desprotegido e mal-arado) que expõem o solo, fazendo com que se perca durante as chuvas.
A erosão antrópica*, também conhecida por erosão acelerada, pode ocorrer de forma laminar (retirada homogênea do solo por camadas) ou linear. A erosão linear é observada por ocasião de chuvas torrenciais, quando a água, facilitada pela falta de vegetação, escava o solo, formando os primeiros sulcos. Quando esses sulcos aumentam em extensão, passam a ser chamados de ravinas. Se o processo de erosão não for interrompido, ocorrerá, a cada chuva, o aprofundamento dessas ravinas, que passarão a ser denominadas voçorocas, quando a perda de solo é significativa.
Infelizmente,o município de Botucatu, como muitos outros municípios do interior paulista, sofre com a erosão do solo. Segundo cálculos do Instituto Agronômico de Campinas - IAC, o Estado de São Paulo, no início da década de 1990, perdeu (desperdiçou) cerca de 194 mi¬lhões de toneladas de terras agricultáveis.
Para amenizar os efeitos da erosão e com isso reduzir sobremaneira a perda do solo, é necessário adotar formas de cultivo que inibam os processos erosivos, tais como:
• Plantio direto: consiste em plantar diretamente sobre os restos das plantas da colheita anterior.
• Afolhamento: empregam-se três áreas de cultivo; enquanto duas são utilizadas, a terceira descansa por dois anos até que recupere as propriedades naturais do solo.
• Rotação de culturas: consiste em variar o cultivo a cada ano (plantar a cada ano um produto agrícola diferente).
• Curvas de nível: cultivar em patamares, na forma de degraus. Isso obriga a água a escorrer pelo solo lentamente, diminuindo sensivelmente sua erosão.
Para diminuir os efeitos da erosão eólica deve-se arborizar o entorno do cultivo, para que funcione como um quebra-vento, impedindo a erosão laminar do solo.
Contra a erosão linear (sulcos, ravinas e voçorocas) deve-se construir barreiras de pedra ou de madeira no fundo do buraco escavado. Durante as chuvas, o material erodido (particulado de solo) ficará retido, acumulando-se cada vez mais e impedindo sua perda.
Fonte: ATLAS ESCOLAR HISTÓRICO E GEOGRÁFICO - Ferreira-Cesar Cunha (ed. 2009)
Geologia e Relevo
GEOLOGIA
Geologia é a ciência que estuda a formação da Terra, a estrutura da crosta terrestre (litosfera), a sedimentação de terrenos, o formato externo (relevo) e as diferentes fases da história física da Terra.
A estrutura geológica do Estado de São Paulo apresenta uma nítida divisão geral entre as rochas cristalinas* do embasamento Pré-Cambriano do Escudo Brasileiro e as rochas sedimentares e vulcânicas de diferentes idades que compõem a Bacia Sedimentar do Paraná.
Detalhando essa divisão em compartimentos geológicos (quando são relacionadas as características das rochas agrupadas em intervalos determinados do tempo geológico com a caracterização do relevo), tem-se a seguinte apresentação:
•no Planalto Atlântico, rochas cristalinas do Arqueozoico-Proterozoico;
•na Depressão Periférica, rochas sedimentares do Paleozoico (Carbonífero e Permiano)
•na Cuesta Basáltica, rochas sedimentares e vulcânicas, do Triássico
• no Planalto da Bacia do Paraná, sedimentos do Cretáceo Superior e do Ce intercalados por rochas efusivas* (extrusivas) basálticas;
• na Província Costeira, terreno sedimentar de origem marinha do período Quaternário
GEOLOGIA EM BOTUCATU
O estudo geológico das camadas rochosas é chamado de estratigrafia. Em Botucatu, a estratigrafia mostra que a maior parte do município está localizada sobre rochas associadas aos arenitos das formações Botucatu e Piramboia, em sobreposição às rochas ígneas efusivas basálticas (com diversos pontos de afloramentos*) da Formação Serra Geral, além de sedimentos recentes relacionados à atual rede de drenagem.
A Formação Botucatu é constituída por arenitos de granulação fina a média, de coloração vermelha, rósea ou amarelo-clara. Na época da deposição desses arenitos - o período Jurássico - o ambiente era desértico (material depositado por ação eólica*).
A Formação Piramboia é constituída de arenitos de aspecto branco-alaranjado e avermelhados, de granulação fina a média. Tais arenitos são originados de ambiente flúvio-Iacustre*, com discreta influência eólica, e ocorreram do Triássico superior ao Jurássico inferior.
A Formação Serra Geral tem idade de 110 a 160 milhões de anos, indicando que ocorreu durante o Cretáceo e o Jurássico. Essa formação compreende um conjunto de rochas basálticas originárias de derrames vulcânicos, de coloração cinza a negra, que se encontram intercalados por depósitos areníticos de granulação fina de origem eólica (com caracterís ticas da Formação Botucatu).
Os derrames vulcânicos basálticos (rochas efusivas) afloram principalmente na superior das escarpas das Cuestas Basálticas e em morros-testemunho isolados pela ero¬são diferencial (erosão promovida preferencialmente em rochas menos resistentes; as mais resistentes não sucumbem ao trabalho de desgaste natural, prevalecendo ainda hoje na paisagem).
Essas três formações - Piramboia, Botucatu e Serra Geral - constituem o Grupo São Bento, termo usado para indicar rochas de origem vulcânica e eólica, em camadas sobrepostas (derrame basáltico e arenito). O Grupo São Bento tem grande importância na garantia do abastecimento de água, pois na Formação Botucatu existe um grande aquífero, de excelente potencial de explotação*.
Os sedimentos aluviais são constituídos por areia fina argilosa, argila orgânica, argila siltosa e cascalhos, que formam os depósitos que dão origem às planícies fluviais. São sedi¬mentos mais recentes (do Cenozoico/Terciário) e encontrados nas partes sul e sudoeste do município.
GEOMORFOLOGIA
É uma ciência que estuda e se preocupa em explicar a origem dos tipos de relevo, bem como a estrutura e a natureza dos terrenos rochosos e sedimentares de um dado local. Na geomorfologia, o clima da região e os diversos agentes destrutivos e construtivos do relevo também são levados em consideração para entender a modelagem do relevo. Sendo assim, para melhor entendermos o relevo onde o município de Botucatu está inserido, vamos conhecer a geomorfologia do Estado paulista.
O Estado de São Paulo repousa sobre cinco formas de relevo: Província Costeira ou Planí¬cies Litorâneas, Planalto Atlântico, Cuesta Basáltica, Planalto da Bacia do Paraná (Planalto Ocidental) e Depressão Periférica, sendo que os dois últimos por muito tempo foram chamados de Planalto Meridional.
1. Província Costeira: basicamente, está dividida em duas regiões - a Baixada Santista e o Vale do Ribeira do Iguape. Esta forma de relevo é formada predominantemente por terre¬no sedimentar de origem marinha e sedimentos oriundos dos processos erosivos que des¬gastam a escarpa* (no caso, a Serra do Mar) do Planalto Atlântico.
2. Planalto Atlântico: limitado ao sul e ao sudeste pela Serra do Mar, região monta¬nhosa também conhecida por Cordilheira Atlântica, sua formação tectônica é recente, porém a formação litológica (rochas) é muito antiga (do Pré-Cambriano: pouco mais de 2 bilhões de anos atrás). Este planalto é formado basicamente por rochas primitivas, também conhecidas na geologia como embasamento cristalino.
3. Planalto da Bacia do Paraná ou Planalto Ocidental: formado por terrenos sedimentares originados a partir do intenso desgaste do Planalto Atlântico e principalmente das rochas basálticas, através de processos erosivos duradouros (milhões de anos). Revela terreno suavemente ondulado, com colinas e grandes porções aplainadas. Também é conhecido como Planalto Ocidental.
4. Depressão Periférica: formada por terreno composto de rochas sedimentares anti¬gas. Sua geomorfologia apresenta características peculiares, pois se trata de uma região deprimida, estreita e alongada, encaixada entre o Planalto Atlântico e a Cuesta Basáltica.
5. Cuesta Basáltica: é um declive íngreme na borda sudeste da Planalto da Bacia do Paraná. Este relevo, sobre o qual está localizado o município de Botucatu, apresenta-se bem desgastado pelos processos erosivos, revelando a alternância de camadas rochosas que formam o terreno acidentado da Cu esta Basáltica, proporcionada por derrames basálticos (de origem vulcânica) ocorridos neste planalto milhões de anos atrás.
O município de Botucatu localiza-se na província geomorfológica* conhecida como Cuesta Basáltica. Trata-se de uma área de transição e desnivelamento abrupto e acidentado entre o Planalto da Bacia do Paraná e a Depressão Periférica.
A Cuesta Basáltica pode ser descrita como uma vertente muito íngreme, voltada para a Depressão Periférica, e uma outra suave e levemente inclinada em direção ao Rio Paraná. Essas duas feições principais são a escarpa ou front (frente de cuesta), onde a porção norte do município de Botucatu está situada, e o reverso da cuesta, que fica atrás da escarpa ou front.
O reverso da cuesta apresenta relevo levemente ondulado, com a presença de suaves colinas, propiciadas pelos sedimentos originados pelo intemperismo* e por agentes erosivos como o Rio Pardo.
Já na frente de cuesta, uma das características principais é a formação dos percées (vales entalhados), que são os boqueirões ou gargantas escavados por cursos d'água como os rios Capivara e Lavapés. Além dos percées, o trabalho erosivo na região da cuesta formou um terreno acidentado, com morros arredondados, mesas basálticas ou morros-testemunho* e planícies aluviais de rara beleza exótica.
Fonte: ATLAS ESCOLAR HISTÓRICO E GEOGRÁFICO - Ferreira-Cesar Cunha (ed. 2009)
Geologia é a ciência que estuda a formação da Terra, a estrutura da crosta terrestre (litosfera), a sedimentação de terrenos, o formato externo (relevo) e as diferentes fases da história física da Terra.
A estrutura geológica do Estado de São Paulo apresenta uma nítida divisão geral entre as rochas cristalinas* do embasamento Pré-Cambriano do Escudo Brasileiro e as rochas sedimentares e vulcânicas de diferentes idades que compõem a Bacia Sedimentar do Paraná.
Detalhando essa divisão em compartimentos geológicos (quando são relacionadas as características das rochas agrupadas em intervalos determinados do tempo geológico com a caracterização do relevo), tem-se a seguinte apresentação:
•no Planalto Atlântico, rochas cristalinas do Arqueozoico-Proterozoico;
•na Depressão Periférica, rochas sedimentares do Paleozoico (Carbonífero e Permiano)
•na Cuesta Basáltica, rochas sedimentares e vulcânicas, do Triássico
• no Planalto da Bacia do Paraná, sedimentos do Cretáceo Superior e do Ce intercalados por rochas efusivas* (extrusivas) basálticas;
• na Província Costeira, terreno sedimentar de origem marinha do período Quaternário
GEOLOGIA EM BOTUCATU
O estudo geológico das camadas rochosas é chamado de estratigrafia. Em Botucatu, a estratigrafia mostra que a maior parte do município está localizada sobre rochas associadas aos arenitos das formações Botucatu e Piramboia, em sobreposição às rochas ígneas efusivas basálticas (com diversos pontos de afloramentos*) da Formação Serra Geral, além de sedimentos recentes relacionados à atual rede de drenagem.
A Formação Botucatu é constituída por arenitos de granulação fina a média, de coloração vermelha, rósea ou amarelo-clara. Na época da deposição desses arenitos - o período Jurássico - o ambiente era desértico (material depositado por ação eólica*).
A Formação Piramboia é constituída de arenitos de aspecto branco-alaranjado e avermelhados, de granulação fina a média. Tais arenitos são originados de ambiente flúvio-Iacustre*, com discreta influência eólica, e ocorreram do Triássico superior ao Jurássico inferior.
A Formação Serra Geral tem idade de 110 a 160 milhões de anos, indicando que ocorreu durante o Cretáceo e o Jurássico. Essa formação compreende um conjunto de rochas basálticas originárias de derrames vulcânicos, de coloração cinza a negra, que se encontram intercalados por depósitos areníticos de granulação fina de origem eólica (com caracterís ticas da Formação Botucatu).
Os derrames vulcânicos basálticos (rochas efusivas) afloram principalmente na superior das escarpas das Cuestas Basálticas e em morros-testemunho isolados pela ero¬são diferencial (erosão promovida preferencialmente em rochas menos resistentes; as mais resistentes não sucumbem ao trabalho de desgaste natural, prevalecendo ainda hoje na paisagem).
Essas três formações - Piramboia, Botucatu e Serra Geral - constituem o Grupo São Bento, termo usado para indicar rochas de origem vulcânica e eólica, em camadas sobrepostas (derrame basáltico e arenito). O Grupo São Bento tem grande importância na garantia do abastecimento de água, pois na Formação Botucatu existe um grande aquífero, de excelente potencial de explotação*.
Os sedimentos aluviais são constituídos por areia fina argilosa, argila orgânica, argila siltosa e cascalhos, que formam os depósitos que dão origem às planícies fluviais. São sedi¬mentos mais recentes (do Cenozoico/Terciário) e encontrados nas partes sul e sudoeste do município.
GEOMORFOLOGIA
É uma ciência que estuda e se preocupa em explicar a origem dos tipos de relevo, bem como a estrutura e a natureza dos terrenos rochosos e sedimentares de um dado local. Na geomorfologia, o clima da região e os diversos agentes destrutivos e construtivos do relevo também são levados em consideração para entender a modelagem do relevo. Sendo assim, para melhor entendermos o relevo onde o município de Botucatu está inserido, vamos conhecer a geomorfologia do Estado paulista.
O Estado de São Paulo repousa sobre cinco formas de relevo: Província Costeira ou Planí¬cies Litorâneas, Planalto Atlântico, Cuesta Basáltica, Planalto da Bacia do Paraná (Planalto Ocidental) e Depressão Periférica, sendo que os dois últimos por muito tempo foram chamados de Planalto Meridional.
1. Província Costeira: basicamente, está dividida em duas regiões - a Baixada Santista e o Vale do Ribeira do Iguape. Esta forma de relevo é formada predominantemente por terre¬no sedimentar de origem marinha e sedimentos oriundos dos processos erosivos que des¬gastam a escarpa* (no caso, a Serra do Mar) do Planalto Atlântico.
2. Planalto Atlântico: limitado ao sul e ao sudeste pela Serra do Mar, região monta¬nhosa também conhecida por Cordilheira Atlântica, sua formação tectônica é recente, porém a formação litológica (rochas) é muito antiga (do Pré-Cambriano: pouco mais de 2 bilhões de anos atrás). Este planalto é formado basicamente por rochas primitivas, também conhecidas na geologia como embasamento cristalino.
3. Planalto da Bacia do Paraná ou Planalto Ocidental: formado por terrenos sedimentares originados a partir do intenso desgaste do Planalto Atlântico e principalmente das rochas basálticas, através de processos erosivos duradouros (milhões de anos). Revela terreno suavemente ondulado, com colinas e grandes porções aplainadas. Também é conhecido como Planalto Ocidental.
4. Depressão Periférica: formada por terreno composto de rochas sedimentares anti¬gas. Sua geomorfologia apresenta características peculiares, pois se trata de uma região deprimida, estreita e alongada, encaixada entre o Planalto Atlântico e a Cuesta Basáltica.
5. Cuesta Basáltica: é um declive íngreme na borda sudeste da Planalto da Bacia do Paraná. Este relevo, sobre o qual está localizado o município de Botucatu, apresenta-se bem desgastado pelos processos erosivos, revelando a alternância de camadas rochosas que formam o terreno acidentado da Cu esta Basáltica, proporcionada por derrames basálticos (de origem vulcânica) ocorridos neste planalto milhões de anos atrás.
O município de Botucatu localiza-se na província geomorfológica* conhecida como Cuesta Basáltica. Trata-se de uma área de transição e desnivelamento abrupto e acidentado entre o Planalto da Bacia do Paraná e a Depressão Periférica.
A Cuesta Basáltica pode ser descrita como uma vertente muito íngreme, voltada para a Depressão Periférica, e uma outra suave e levemente inclinada em direção ao Rio Paraná. Essas duas feições principais são a escarpa ou front (frente de cuesta), onde a porção norte do município de Botucatu está situada, e o reverso da cuesta, que fica atrás da escarpa ou front.
O reverso da cuesta apresenta relevo levemente ondulado, com a presença de suaves colinas, propiciadas pelos sedimentos originados pelo intemperismo* e por agentes erosivos como o Rio Pardo.
Já na frente de cuesta, uma das características principais é a formação dos percées (vales entalhados), que são os boqueirões ou gargantas escavados por cursos d'água como os rios Capivara e Lavapés. Além dos percées, o trabalho erosivo na região da cuesta formou um terreno acidentado, com morros arredondados, mesas basálticas ou morros-testemunho* e planícies aluviais de rara beleza exótica.
Fonte: ATLAS ESCOLAR HISTÓRICO E GEOGRÁFICO - Ferreira-Cesar Cunha (ed. 2009)
Dados Gerais
Área: 1.496 km2
População: 121.255 habitantes (IBGE* - 2007)
População rural: 4.744 habitantes (estimativa)
Densidade demográfica: 81,05 hab./km2
Crescimento demográfico anual: 1,5% (2000-2007) Taxa de natalidade: 14,08 nascidos por mil habitantes
Taxa de mortalidade infantil: 13,13 por mil crianças nascidas vivas
Óbitos hospitalares: 391 (206 homens e 185 mulheres - 2007)
leitos hospitalares/SUS*: 5 leitos para cada mil habitantes
Estabelecimentos de saúde:
9 públicos estaduais 15 públicos municipais 21 privados
Taxa de analfabetismo: 5,61 %
Média de estudo da população entre 15 e 64 anos: 8,13 anos
População de 18 a 24 anos com Ensino Médio completo: 47,79%
Matrículas na Pré-escola: 3.534
Matrículas no Ensino Fundamental: 17.416
Matrículas no Ensino Médio: 4.893
Principais atividades econômicas: agropecuária, indústria, turismo e comércio Rendimento médio nos empregos ocupados (2006):
Agropecuária: R$ 565,84
Indústria: R$ 1.349,33
Construção Civil: R$ 166,57
Comércio: R$ 736,17
Serviços: R$ 1.742,20
Orçamento Municipal: R$ 128.707.820,00 (2008)
Padroeira: Sant'Ana ou Santana
Aniversário da cidade: 14 de abril (1855)
Cognome: Princesa da Serra e Cidade dos Bons Ares
Gentílico: botucatuense
Prefeito atual: João Cury Neto (PSDB)
ASPECTOS GERAIS
O município de Botucatu é conhecido como "A Cidade dos Bons Ares, das Boas Escolas e das Boas Indústrias". A origem do nome da cidade remete à língua tupi: ybytu, vento, ar e katu, bom, que juntas revelam "bons ares".
Localizada no Centro-Sul do Estado de São Paulo, distando cerca de 235 quilômetros da capital paulista, no passado, antes dos diversos desmembramentos que sofreu, chegou a representar 1/4 da extensão territorial do Estado de São Paulo.
Por muito tempo o município foi considerado o limite da ocupação do território brasileiro em direção a oeste, a "Boca do Sertão". Foi uma importante rota para tropeiros, sertanistas, bandeirantes e aventureiros que desbravaram o Brasil além do Tratado de Tordesilhas.
O município de Botucatu testemunhou as mudanças geradas pelo café e sentiu diretamente os efeitos da crise econômica mundial iniciada em 1929. Viu o Brasil -Império desmoronar e o Brasil-República surgir. Ergueu seu alicerce na força da agricultura e da pecuária, e até pouco tempo as lavouras de cana-de-açúcar e laranja sustentaram a economia botucatuense, sendo que a última está em pleno desenvolvimento.
Justificando a parte do cognome que se refere às boas escolas, ao longo dos últimos 50 anos a cidade tornou-se referência educacional, atraindo instituições de ensino superior muito procuradas pelos estudantes de várias regiões do Estado de São Paulo. E com a "migração estudantil" houve o fortalecimento do comércio e a disponibilização de mão de obra especializada, atraindo indústrias com perfil bastante diversificado (o que, por sua vez, justifica o cognome de "Cidade das Boas Indústrias"), impulsionando o setor de serviços, que hoje é responsável por boa parte do PIB botucatuense.
Outra característica do município é a beleza natural, proporcionada pela Cuesta Basáltica ou Cuesta de Botucatu, que é, sem dúvida, uma das mais belas paisagens do Estado de São Paulo. O desnivelamento brusco entre o alto da Serra de Botucatu e a "baixada do Rio Tietê" é um dos ícones do município, que há décadas seduz turistas, geógrafos, geólogos e historiadores.
Além do relevo peculiar de Botucatu, seus rios atraem o interesse de quem visi-ta o município, com suas dezenas de saltos e cachoeiras, característicos da hidrografia da região. A flora e aJauna, por sua vez, cintilam no entorno desses corpos d'água, revelando uma biodiverSidade que precisa ser protegida.
O turismo se beneficia bastante com a natureza privilegiada de Botucatu. O ecoturismo, aliado à conscientização ambiental, vem mostrando resultados positivos na medida em que se torna uma atividade econômica nos moldes do desenvolvimento sustentável.
Fonte: ATLAS ESCOLAR HISTÓRICO E GEOGRÁFICO - Ferreira-Cesar Cunha (ed. 2009)
População: 121.255 habitantes (IBGE* - 2007)
População rural: 4.744 habitantes (estimativa)
Densidade demográfica: 81,05 hab./km2
Crescimento demográfico anual: 1,5% (2000-2007) Taxa de natalidade: 14,08 nascidos por mil habitantes
Taxa de mortalidade infantil: 13,13 por mil crianças nascidas vivas
Óbitos hospitalares: 391 (206 homens e 185 mulheres - 2007)
leitos hospitalares/SUS*: 5 leitos para cada mil habitantes
Estabelecimentos de saúde:
9 públicos estaduais 15 públicos municipais 21 privados
Taxa de analfabetismo: 5,61 %
Média de estudo da população entre 15 e 64 anos: 8,13 anos
População de 18 a 24 anos com Ensino Médio completo: 47,79%
Matrículas na Pré-escola: 3.534
Matrículas no Ensino Fundamental: 17.416
Matrículas no Ensino Médio: 4.893
Principais atividades econômicas: agropecuária, indústria, turismo e comércio Rendimento médio nos empregos ocupados (2006):
Agropecuária: R$ 565,84
Indústria: R$ 1.349,33
Construção Civil: R$ 166,57
Comércio: R$ 736,17
Serviços: R$ 1.742,20
Orçamento Municipal: R$ 128.707.820,00 (2008)
Padroeira: Sant'Ana ou Santana
Aniversário da cidade: 14 de abril (1855)
Cognome: Princesa da Serra e Cidade dos Bons Ares
Gentílico: botucatuense
Prefeito atual: João Cury Neto (PSDB)
ASPECTOS GERAIS
O município de Botucatu é conhecido como "A Cidade dos Bons Ares, das Boas Escolas e das Boas Indústrias". A origem do nome da cidade remete à língua tupi: ybytu, vento, ar e katu, bom, que juntas revelam "bons ares".
Localizada no Centro-Sul do Estado de São Paulo, distando cerca de 235 quilômetros da capital paulista, no passado, antes dos diversos desmembramentos que sofreu, chegou a representar 1/4 da extensão territorial do Estado de São Paulo.
Por muito tempo o município foi considerado o limite da ocupação do território brasileiro em direção a oeste, a "Boca do Sertão". Foi uma importante rota para tropeiros, sertanistas, bandeirantes e aventureiros que desbravaram o Brasil além do Tratado de Tordesilhas.
O município de Botucatu testemunhou as mudanças geradas pelo café e sentiu diretamente os efeitos da crise econômica mundial iniciada em 1929. Viu o Brasil -Império desmoronar e o Brasil-República surgir. Ergueu seu alicerce na força da agricultura e da pecuária, e até pouco tempo as lavouras de cana-de-açúcar e laranja sustentaram a economia botucatuense, sendo que a última está em pleno desenvolvimento.
Justificando a parte do cognome que se refere às boas escolas, ao longo dos últimos 50 anos a cidade tornou-se referência educacional, atraindo instituições de ensino superior muito procuradas pelos estudantes de várias regiões do Estado de São Paulo. E com a "migração estudantil" houve o fortalecimento do comércio e a disponibilização de mão de obra especializada, atraindo indústrias com perfil bastante diversificado (o que, por sua vez, justifica o cognome de "Cidade das Boas Indústrias"), impulsionando o setor de serviços, que hoje é responsável por boa parte do PIB botucatuense.
Outra característica do município é a beleza natural, proporcionada pela Cuesta Basáltica ou Cuesta de Botucatu, que é, sem dúvida, uma das mais belas paisagens do Estado de São Paulo. O desnivelamento brusco entre o alto da Serra de Botucatu e a "baixada do Rio Tietê" é um dos ícones do município, que há décadas seduz turistas, geógrafos, geólogos e historiadores.
Além do relevo peculiar de Botucatu, seus rios atraem o interesse de quem visi-ta o município, com suas dezenas de saltos e cachoeiras, característicos da hidrografia da região. A flora e aJauna, por sua vez, cintilam no entorno desses corpos d'água, revelando uma biodiverSidade que precisa ser protegida.
O turismo se beneficia bastante com a natureza privilegiada de Botucatu. O ecoturismo, aliado à conscientização ambiental, vem mostrando resultados positivos na medida em que se torna uma atividade econômica nos moldes do desenvolvimento sustentável.
Fonte: ATLAS ESCOLAR HISTÓRICO E GEOGRÁFICO - Ferreira-Cesar Cunha (ed. 2009)
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