A EXPANSÃO URBANA DURANTE A CAFEICULTURA
A cidade de Botucatu se desenvolveu lentamente ao longo do Ribeirão Lavapés, mas talvez o período de maior transformação urbana tenha ocorrido durante a expansão da cultura do café.
Com a economia crescente e investimentos incessantes na produção agrícola e na ferrovia, a população aumenta de¬vido à oferta de empregos. A cidade pulsa e a expansão urbana logo se faz necessária, com o surgimento da elite cafeeira e dos assalariados (muitos imigrantes). Os hábitos e modos de vida urbanos ampliam-se e a cidade se remodela ainda mais com a Proclamação da República. A renovação política logo se refletiria na arquitetura e no planejamento urbano da cidade.
Em 1907, chega a luz elétrica em Botucatu; logo a água encanada também começa a se expandir pela cidade, edifí¬cios são demolidos, outros surgem, jardins são construídos e o sistema viário passa por uma reformulação.
Essas transformações foram retratadas no texto abaixo, retirado do Informativo nQ 04 Dezembro/Janeiro de 2008 do Projeto Ribeirão Tanquinho Vivo, no qual o historiador João Carlos Figueiroa teceu um breve histórico da expansão urbana em Botucatu:
"Por volta de 1866 a Igreja Matriz foi transferida da Praça Paratodos para o oeste da cidade, para o altiplano, onde hoje está a Av. Dom Lúcio, e com ela, outros aparelhamentos urbanos foram edificados nesta localidade, como o Cemitério, a Câmara Municipal e a Cadeia, que na época ocupavam o mesmo prédio (onde hoje é o Tênis Clube). Assim, até o final do século, aquela região do município já contava com importante adensamento urbano, abrigando a Igreja Matriz, a Câmara e Cadeia, o enorme Jardim Público entre as ruas Monsenhor Ferrari e Leônidas Cardoso e as casas mais bonitas, construídas ao longo das ruas Dr. Cardoso de Almeida e Dr. Costa Leite. Em 1897, foi inaugurado o Grupo Escolar Cardoso de Almeida e depois dele, dois importantes projetos ligados à igreja ocuparam a Rua Dr. Costa Leite: a Santa Casa de Misericórdia (1901) e o Seminário onde hoje é o Colégio La Salle (1911). Em seguida vieram o Colégio Santa Marcelina (1912) e o Palácio Epis¬copal (1917), que incentivaram a ocupação do solo do vale do Ribeirão Tanquinho."
Fonte: ATLAS ESCOLAR HISTÓRICO E GEOGRÁFICO - Ferreira-Cesar Cunha (ed. 2009)
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