De acordo com a Teoria da Deriva Continental, acontecimento geológico do final do Período Carbonífero, existia uma única e gigantesca massa continental denominada de Pangaea.
Nessa época, a América do Norte estava ligada a Eurásia (Europa e Ásia) e a América do Sul ligada a África. A partir do Período Jurássico (a mais ou menos 180 a 200 milhões de anos), essa massa continental começou a sofrer um processo de divisão originando vários blocos continentais.
A primeira divisão ocorreu ao longo do oceano Atlântico Norte e do Índico, com a formação de uma extensa fenda no sentido leste oeste, originando dois super continentes (Laurásia e Gondwana). Em conseqüência, a América do Norte afastou-se da África e a Índia separou-se da Antártida o começou a migrar em direção a Ásia.
Há 65 milhões de anos (inicio do Terciário), decorridos mais de 100 milhões de anos desde o inicio do processo de separação, os continentes já estavam bem próximos de sua configuração atual: a América do Sul separou-se da África e, a seguir, a Groelândia da Europa e América do Norte da Laurásia. Finalmente, nos últimos 65 milhões de anos, continentes e oceanos adquiriram a configuração atual.
Durante a separação dos continentes vários eventos geológicos ocorreram para determinar a formação da Cuesta de Botucatu.
Primeiramente vemos a Formação Pirambóia que esta exposta ao longo de toda a faixa de ocorrência dos sedimentos mesosóicos na Depressão Periférica do Estado de São Paulo. Esta formação representa, por suas características litológicas e estruturais depósitos oxidados, originários de ambiente continental úmido de característica fluvial em formas de canais e planícies de inundadas com pequenas lagoas esparsas. Atualmente, encontramos principalmente a Areia Quartzosa como solo originário da Formação Pirambóia, presentes na região da cuesta de Botucatu nos municípios de Anhembi e Conchas.
Outro evento geológico importante ocorrido entre o Jurássico médio-superior e o Cretáceo inferior foi o empilhamento de grandes dunas em vasta área que gerou a Formação Botucatu, que representa os diversos subambientes de um grande deserto climático de aridez crescente, cuja existência se prolongou até a ocasião do vulcanismo basáltico. Os ventos que moviam as dunas do deserto Botucatu sopravam principalmente de N a NE, isto é facilmente visualizado pelas linhas extratificadas presentes no arenito Botucatu. A Formação Botucatu em São Paulo esta exposta a uma faixa contínua às faldas das serras basálticas e em suas escarpas. Cobrindo uma extensa área entre os rios Piracicaba e Mogi-guaçu, originaram o latossolo vermelho-amarelo.
O vulcanismo basáltico, outro evento geológico importante para a configuração atual da Cuesta de Botucatu, iniciou sua atividade quando imperavam essas condições desérticas e este derrame basáltico recobriu os arenitos, porém em alguns locais temos a mostra intercalações de camadas de arenito e basalto.Os afloramentos dos derrames eruptivos em São Paulo estão presentes na parte superior das cuestas basálticas e em morros testemunhos isolados pela erosão.
Nos planaltos de rebordo essas cuestas podem cobrir grandes extensões, originando a terra roxa extruturada e o latossolo vermelho-escuro, penetrando pelos vales que drenam o planalto ocidental, expondo-se principalmente nos rios Paranapanema, Tiête, Mogi-guaçu e Grande.
Os arenitos da Formação Botucatu interligam-se em grande escala, com os derrames da Formação Serra Geral, sendo admissível que os arenitos Botucatu não cobriram simultaneamente toda a bacia do Paraná, na qual restaram expostas áreas de rochas mais antigas, para só mais tarde serem ocultas pelas dunas, quando o foram, ou ainda podem ter sido cobertas e posteriormente expostas com o próprio processo de progressão das dunas.
Por outro lado, parece inadmissível que o vulcanismo tenha se iniciado simultaneamente em tão grande área, indicando que o fenômeno ocorreu em um intervalo aparentemente mais longo que o real, e teve duração de pelo menos 15 milhões de anos.
De tal modo é possível que em certos locais se mantenham manifestados efusões basálticas antes ou ao mesmo tempo em que, em sítios não muito afastados, ainda se acumulavam arenitos eólicos, portanto pertencentes à Formação Botucatu.
A Formação Serra Geral é recoberta em discordância angular, geralmente muito disfarçada, pelas varias formações que constituem o grupo Bauru, ou depósitos cenozóicos. Localmente a discordância se observa em afloramento, podendo ser bem acentuada, tendo mesmo levado à total erosão dos basaltos, quando aquele grupo repousa sobre rochas paleozóicas, como é o caso da região próxima a Bauru.
Em cortes da ferrovia, na subida da serra para Botucatu, pode se observar que a própria morfologia da superfície dunar foi ali preservada comprovando a contemporaneidade entre a sedimentação desértica e o vulcanismo basáltico.
fonte: www.soscuesta.org.br
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ResponderExcluirGostaria que falasse mais das cuestas de botucatu mais diretamente
ResponderExcluirPor favor assista ao vídeo do prof. Alvaro no link filhos de Botucatu. e v. vai ter uma aula sobre a genese dessa região.
ResponderExcluirGrato!