TIPOS DE SOLOS
O município de Botucatu apresenta grande diversidade de solos provenientes do processo de intemperismo* sofrido por várias rochas encontradas na região, principalmente o basalto* (rocha vulcânica derramada entre os períodos geológicos denominados Cretáceo e Jurássico).
LATOSSOLOS
Abrangem vários tipos de solos e sua fertilidade é bastante variada. São solos espessos, profundos (mais de 2 metros), porosos e lixiviados* (comum em áreas tropicais úmidas). A coloração vermelha ou amarelada é uma característica marcante. O solo conhecido como terra roxa é um dos exemplos de latossolo, rico em óxido de ferro e matéria orgânica for¬mada pela decomposição do basalto. A expansão cafeeira no Estado de São Paulo concentrou-se nas áreas de terra roxa. Por volta de 1860, o café predominou sobre a terra roxa da região de Botucatu. Hoje, as culturas da cana-de-açúcar, laranja e milho também se beneficiam desse solo, que é o predominante no município de Botucatu.
NITOSSOLOS
Apresentam-se bem evoluídos e fortemente estruturados (estrutura bem desenvolvida), são profundos e bem drenados e favorecem o armazenamento e a disponibilidade de água para as plantas em locais com boa precipitação pluviométrica. Porém, quando esses solos ocorrem em relevo ondulado, aumentam a erosividade. Sua textura é argilosa ou muito argilosa (teores de argila maiores que 350 g/kg de solo a partir do horizonte A - ver quadro ao lado). São comuns na região central do município, ao norte da principal mancha urbana de Botucatu, na área de transição entre a Depressão Periférica e o Planalto Ocidental, sobre o reverso da Cuesta Basáltica. Derivam diretamente da rocha basáltica da Formação Serra Geral. Por estarem associados ao latossolo-vermelho, os nitossolos também fazem parte do grupo denominado terra roxa, tendo boa fertilidade e sendo muito utilizados na agricultura.
ARGISSOLOS
São solos normalmente associados à vegetação de cerrado. Apresentam grande acúmulo de argilas e baixa fertilidade, ao contrário dos latossolos. Sua baixa ou muito baixa resistência à erosão preocupa técnicos e ambientalistas e os tornam alvo de projetos de reflorestamento. Por serem pouco férteis, predomina o uso pecuário. Com a criação de novas técnicas de correção do solo, como adubos e fertilizantes químicos, os argissolos também passaram a ser utilizados para a agricultura. Porém o uso indiscriminado dessas técnicas, acompanhado do uso de agrotóxicos, cria um problema ambiental relacionado à contaminação do solo e, por consequência, do lençol freático, que por sua vez levará os contaminantes químiccs para os rios e aquíferos da região. Os argissolos predominam na parte leste do município de Botucatu, com pequenas ocorrências nos extremos norte e sul.
Observação:
A existência dos vários horizontes citados acima dependerá das condições geo-ambientais do lugar, tal como, origem dos sedimentos, idade do solo, clima, vegetação, relevo e ainda a ação antrópica (alterações feitas pelo homem). O tipo, a profundidade e a quantidade de horizontes de um perfil de solo, bem como a formação e a evolução do solo são diferentes em cada região devido os fatores geo-ambientais.
EROSÃO DO SOLO
Erosão é um fenômeno natural de desagregação e retirada de partículas do solo ou de fragmentos de rocha por meio da ação combinada da gravidade com os agentes erosivos, que são: vento (erosão eólica), chuva (pluvial) e rios (fluvial), além do transporte deste particulado (solo) às áreas de sedimentação ou deposição.
Entretanto, esse processo natural é potencializado pela má intervenção do homem, que ainda se utiliza de técnicas agrícolas obsoletas (solo desprotegido e mal-arado) que expõem o solo, fazendo com que se perca durante as chuvas.
A erosão antrópica*, também conhecida por erosão acelerada, pode ocorrer de forma laminar (retirada homogênea do solo por camadas) ou linear. A erosão linear é observada por ocasião de chuvas torrenciais, quando a água, facilitada pela falta de vegetação, escava o solo, formando os primeiros sulcos. Quando esses sulcos aumentam em extensão, passam a ser chamados de ravinas. Se o processo de erosão não for interrompido, ocorrerá, a cada chuva, o aprofundamento dessas ravinas, que passarão a ser denominadas voçorocas, quando a perda de solo é significativa.
Infelizmente,o município de Botucatu, como muitos outros municípios do interior paulista, sofre com a erosão do solo. Segundo cálculos do Instituto Agronômico de Campinas - IAC, o Estado de São Paulo, no início da década de 1990, perdeu (desperdiçou) cerca de 194 mi¬lhões de toneladas de terras agricultáveis.
Para amenizar os efeitos da erosão e com isso reduzir sobremaneira a perda do solo, é necessário adotar formas de cultivo que inibam os processos erosivos, tais como:
• Plantio direto: consiste em plantar diretamente sobre os restos das plantas da colheita anterior.
• Afolhamento: empregam-se três áreas de cultivo; enquanto duas são utilizadas, a terceira descansa por dois anos até que recupere as propriedades naturais do solo.
• Rotação de culturas: consiste em variar o cultivo a cada ano (plantar a cada ano um produto agrícola diferente).
• Curvas de nível: cultivar em patamares, na forma de degraus. Isso obriga a água a escorrer pelo solo lentamente, diminuindo sensivelmente sua erosão.
Para diminuir os efeitos da erosão eólica deve-se arborizar o entorno do cultivo, para que funcione como um quebra-vento, impedindo a erosão laminar do solo.
Contra a erosão linear (sulcos, ravinas e voçorocas) deve-se construir barreiras de pedra ou de madeira no fundo do buraco escavado. Durante as chuvas, o material erodido (particulado de solo) ficará retido, acumulando-se cada vez mais e impedindo sua perda.
Fonte: ATLAS ESCOLAR HISTÓRICO E GEOGRÁFICO - Ferreira-Cesar Cunha (ed. 2009)
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